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Rei de Espanha começa a ouvir partidos no dia 21

Dentro do Partido Popular não se acredita que Alberto Núñez Feijóo chegue à presidência do governo de Espanha, e apela-se a uma oposição dura e afastada do Vox.

No dia em que o PSOE conseguiu a presidência da Mesa do Congresso, um primeiro passo que abre caminho a uma possível investidura de Pedro Sánchez como presidente do Governo, no PP já se fala em fazer oposição. O jornal El Mundo consultou várias fontes do partido, que não estão otimistas relativamente a uma possível investidura de Alberto Núñez Feijóo. 

Na quinta-feira, o PSOE conseguiu 178 votos para assegurar a presidência para Francina Armengol, através do apoio do Junts per Catalunya e do ERC (Esquerda Republicana Catalã). Agora, os barões do PP querem que Alberto Núñez Feijóo se prepare para uma oposição dura e que se afaste do Vox liderado por Santiago Abascal. 

Ontem, o PP não apoiou o Vox que queria um assento na Mesa do Congresso. "Estamos algo perplexos porque não parece que impedir que a terceira força política de Espanha fique fora da Mesa do Congresso dos Deputados seja propriamente recuperar a normalidade democrática e a neutralidade das instituições", lamentou Abascal. Contudo, diz que antes de apoiar a investidura de Feijóo, terá que falar com o PP para "entender" se estão dispostos a impedir um governo de "destruição nacional". 

Dentro do PP, frisa-se que o partido tem o controlo do Senado (a câmara alta do parlamento espanhol), do governo de 12 comunidades autónomas e de quatro grandes cidades: Madrid, Valência, Sevilha e Saragoça. 

O rei Felipe VI de Espanha vai começar na segunda-feira, dia 21, os contactos com os grupos parlamentares com vista à investidura do presidente do governo espanhol. Entre segunda e terça-feira, serão ouvidos o UPN, Coalición Canaria, PNV, Sumar, Vox, PSOE e PP. Quatro partidos não irão às audições: ERC, Junts, Bildu e BNG. Estes grupos defendem a independência da Catalunha, País Basco e Galiza.

Caso o nome proposto depois das audições pelo rei não reúna concordância, começa um prazo de dois meses com vista à apresentação de um nome e investidura. Se passados dois meses não for possível investir o governo de Espanha, as Cortes são automaticamente dissolvidas e as eleições serão repetidas 47 dias depois. 

Peça atualizada às 13h28 com informação sobre as audições de Felipe VI. 

REUTERS/Dylan Martinez
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