A informação foi confirmada pela própria rede social que garante que terão sido violados os dispositivos de quase uma centena de jornalistas e membros da sociedade civil.
Perto de 100 jornalistas e outros membros da sociedade civil que usam o WhatsApp terão sido alvo de espionagem por parte da Paragon Solutions, uma fabricante israelita desoftwares, informou na sexta-feira a rede social.
REUTERS/Anushree Fadnavis
Ainda não é claro o que terá motivado este ataque. Além disso, o WhatsApp disse também não ter conseguido identificar quem ordenou esta intrusão - apesar do software de hacking da Paragon ser utilizado, por norma, por clientes do governo.
Sabe apenas que os visados - entretanto alertados para uma possível violação dos seus dispositivos -, terão sido alvo de um ataque de "clique zero" - o que significa que não era necessário clicar em qualquer link malicioso para serem afetados. Sabe-se também que os ataques foram interrompidos em dezembro, não havendo para já informações sobre há quanto tempo os alvos estariam sob ameaça.
O WhatsApp recusou-se, contudo, a divulgar o local onde se encontravam os jornalistas e membros da sociedade civil, nomeadamente se eram dos Estados Unidos. Disse apenas que está a notificar as vítimas do suposto hacking.
"O WhatsApp interrompeu uma campanha de espionagem da Paragon que tinha como alvo vários utilizadores, incluindo jornalistas e membros da sociedade civil. Entrámos em contacto diretamente com as pessoas que acreditamos terem sido afetadas. Este é o exemplo mais recente do porquê das empresas de espionagem deverem ser responsabilizadas pelas suas ações ilegais. O WhatsApp continuará a proteger a capacidade das pessoas de se comunicarem de forma privada", disse um porta-voz da empresa citado pelo The Guardian.
A rede social acrescentou ainda que enviou uma carta à Paragon intitulada de "cessar e desistir". A Paragon, que tem escritórios nos EUA, mais precisamente em Chantilly, Virgina, foi recentemente alvo de escrutínio, depois da revista Wired ter informado, em outubro, que a empresa havia celebrado um contrato de 2 milhões de dólares (aproximadamente 2 milhões de euros) com a divisão de segurança interna da Imigração e Alfâdega dos EUA.
A divisão teria emitido uma ordem de suspensão do contrato, para verificar se este cumpria uma ordem executiva do governo de Biden, que visava a restrição do uso de espionagem pelo governo federal. Porém, a administração Trump acabou por revogar dezenas de ordens executivas da administração Biden, durante as suas duas semanas de mandato. Isto fez com que o uso de espionagem se mantivesse em vigor.
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