Dias depois da retirada da embarcação, a 24 de fevereiro Putin ordenou a invasão da Ucrânia. Os emails foram relevados pela organização russa anticorrupção de Alexei Navalny.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, transferiu o seu iate de 100 milhões de dólares (cerca de 91 milhões de euros) de um estaleiro alemão para a Rússia poucas semanas antes de ordenar invasão a Ucrânia, de acordo com documentos secretos divulgados.
Sputnik / Mikhail Klimentyev / Kremlin via REUTERS
Uma organização russa de anticorrupção criada pelo líder da oposição Alexei Navalny, que se encontra preso, divulgaram emails que mostram como Putin ordenou a transferência urgente do iate Graceful de 82 metros, de Hamburgo, onde estava a fazer uma remodelação de 32 milhões de dólares, até 1 de fevereiro de 2022.
Apenas uns dias depois, a 24 de fevereiro, Putin ordenava a invasão da Ucrânia. Fotografias mostram o iate a ser rebocado de Hamburgo a 7 de fevereiro a caminho do enclave russo de Kaliningrado, após o estaleiro não ter cumprido o prazo de 1 de fevereiro para a sua entrega.
Um email enviado ao estaleiro Blohm+Voss, a 19 de janeiro de 2022, dizia que "o proprietário quer que o Graceful seja levado para a Federação Russa a 1 de fevereiro. "Por favor, mobilize uma tripulação ininterrupta - 2 turnos, acelerem todos os trabalhos que possam interferir com a partida do Graceful a 1 de fevereiro", continuava.
O presidente russo queria levar o barco para a Federação Russa para concluir os trabalhos. "O proprietário não está satisfeito com o reequipamento, está insatisfeito com os atrasos no processo de construção", dizia o e-mail do SCF Group, maior empresa de navegação da Rússia.
Os emails foram revelados num relatório pela jornalista russa, Maria Pevchikh, que lidera a fundação de anticorrupção criada por Alexei Navalny.
"Metade do país é obrigada a angariar dinheiro para comprar roupa interior e meias para os soldados mobilizados e para fazer velas para as trincheiras, enquanto a pessoa que desencadeou esta guerra gasta 3 mil milhões de rublos (cerca de 28 milhões de euros) só em reparações e compras para o seu iate", refere o relatório.
Após a invasão da Ucrânia, os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Europeia impuseram sanções aos ativos russos no estrangeiro e dezenas de iates que pertenciam a oligarcas foram apreendidos em todo o mundo.
O Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros do Governo dos EUA inclui o Graceful na lista dos "bens bloqueados nos quais o presidente Vladimir Putin tem interesse". O maior iate do presidente russo, Scheherazade, do valor de 700 milhões de dólares (cerca de 639 milhões de euros), foi apreendido no porto italiano de Marina di Carrara, onde também estava a ser reparado.
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