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Confronto entre Israel-Hamas já provocou a deslocação de 20 mil libaneses

Luana Augusto com Leonor Riso 24 de outubro de 2023 às 13:08
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Maioria dos deslocados vivia no sul do Líbano, perto da fronteira com Israel. Muitos dormem agora em escolas.

Quase 20 mil pessoas abandonaram o sul do Líbano desde o início de outubro, devido ao aumento da violência entre a fronteira libanesa-israelita. A informação foi avançada esta segunda-feira pela Organização Internacional para as Migrações, uma agência da ONU.

REUTERS/Zohra Bensemra

Ao todo 19.646 pessoas saíram para o norte do Líbano. Muitos dos que fugiram optaram pela cidade costeira de Tiro, localizada a 18 quilómetros da fronteira com Israel.

Segundo a agência da ONU, o movimento verificou-se um dia depois doataque do Hamasa Israel. Coloca agora alguma pressão sobre as famílias que acolhem os deslocados e sobre o país que enfrenta uma crise económica. "Esta guerra está a acontecer a meio de uma crise económica muito grande", disse à agência de notícias Reuters a deputada de Tiro, Inaya Ezzenddine.

Segundo a também médica libanesa, existem neste momento cerca de 6 mil pessoas à procura de refúgio em Tiro. Na cidade costeira, três escolas acolhem agora algumas delas. "Não podemos abrir todas as escolas porque ainda estão em funcionamento. Cada uma que abrimos, estamos a privar os alunos de as utilizarem", acrescentou.

A professora Yolla Ali al Swaid foi uma que fugiu para a cidade de Tiro e que ficou alojada numa escola, depois de ter ficado ferida num bombardeamento que atingiu a sua casa em Dhaira. A sua aldeia está localizada na fronteira com Israel, e é um dos locais que conta regularmente com troca de tiros.

"Os quatro andares da escola estão todos lotados. Somos 11 pessoas na sala", contou à Reuters, ao acrescentar que a aglomeração de libaneses estava a encorajar algumas pessoas a regressarem a casa. "Há pessoas que estão a pensar em pendurar lençóis brancos nas suas casas para quando voltarem para lá", acrescentou a professora que fugiu da sua casa ainda em 2006, durante a guerra.

O grupo islâmico libanês, Hezbollah, afirmou que desde 7 de outubro já 27 dos seus combatentes foram mortos nos confrontos. Fontes de segurança do Líbano garantem a morte de 11 combatentes aliados do Hezbollah.
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