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Amigos de luso-israelita morta pelo Hamas querem reconstruir kibbutz em sua memória

Dorin Atias, de 22 anos, foi morta num kibbutz onde procurava refúgio após o Hamas ter começado a atacar o festival Supernova. Não sabia que os militantes tinham também alcançado a comunidade.

Os amigos de Dorin Atias, luso-israelita de 22 anos que foi morta durante os ataques do Hamas, planeiam reconstruir a povoação onde a jovem morreu como sinal de que "paz e amor são mais poderosos do que terror".

Dorin Atias
Dorin Atias

Ao jornal britânicoThe Guardian, relataram que Dorin Atias ia começar um turno como empregada de bar às 7 da manhã no festival Supernova. A jovem chegou mais cedo para dançar um pouco mas acabou por ter que fugir aos mísseis lançados pelo Hamas. Dorin Atias e dois amigos foram de carro em direção ao kibbutz mais próximo em Re’im, sem saber que lá se encontravam militantes do Hamas.

"Decidiram ir para um local seguro, mas ninguém sabia que havia terroristas entre elas", referiu Inbar Saban, amiga da vítima. Por volta das 10 da manhã, a amiga da jovem, Eden, ligou para a irmã e a última coisa que ela ouviu foi "Shani, eles apanharam-me", acrescenta.

Os amigos de Eden têm esperança que seja encontrada com vida. "Ainda não sabemos o que lhe aconteceu, ainda está desaparecida e rezamos por alguma informação", acrescenta Inbar Saban.

Já Dorin Atias foi enterrada na sexta-feira passada e o corpo de Leo, o outro dos três amigos, também foi recuperado.

Saban diz que Dorin Atias era a "luz da vida da sua família e amigos".

"Enquanto jovens de vinte e poucos anos, quando Israel entra em guerra, isso ensina-nos uma coisa: temos de seguir em frente, temos de nos manter vivos por todos os que morreram", defende a amiga da jovem ao jornal. "Temos de o fazer pela Dorin e por todos os que foram assassinados, porque é uma loucura que pessoas inocentes que foram dançar e bebés inocentes que vivem perto de Gaza tenham sido assassinados", refere. "Não temos mais nenhum sítio para onde ir, temos de proteger esta terra, as almas de todos são muito preciosas", acrescenta.

Os amigos de Dorin criaram uma página de crowdfunding com vista a reconstruir o kibbutz onde ela morreu, em sua memória. "É em tempos sombrios como estes que temos de mostrar que os humanos escolheram a paz e o amor, temos de ser o poder da luz em tempos de escuridão", refere a amiga da jovem. "Ela mantém as pessoas unidas, este é o legado de Dorin, toda a luz que ela trouxe a tantas pessoas", acrescenta.

Dorin Atias, de 22 anos, foi a segunda vítima mortal luso-israelita do massacre do Hamas. A jovem foi dada como morta poucas horas após ter sido descoberto o corpo de outra jovem, Rotem Neumann de 25 anos, que se encontrava no mesmo festival. Esta segunda-feira, foi ainda confirmada a morte de uma terceira jovem luso-israelita: Tair Bira, de 21 anos.

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