Bread and Roses. Jennifer Lawrence dá voz às mulheres no Afeganistão

Jennifer Lawrence queria "dar a alguém uma plataforma para contar esta história de uma forma significativa", depois do exército norte-americano ter abandonado o país e os talibãs chegarem ao poder.

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Sahra Mani, Jennifer Lawrence, Justine Ciarrocchi e uma convidada das produtoras em Cannes
Sahra Mani, Jennifer Lawrence, Justine Ciarrocchi e uma convidada das produtoras em Cannes REUTERS/Sarah Meyssonnier

Uma jovem afegã e um combatente talibã entram em confronto após uma detenção durante um protesto em Cabul. A jovem começa por referir: "Vocês só oprimem as mulheres" mas o talibã responde: "Já te mandei calar, vou-te matar aqui mesmo".

"Ok mata-me! Vocês fecharam escolas e universidades, o melhor é matares-me!", responde a afegã.

Esta troca de palavras foi captada por uma câmara de um telemóvel e agora faz parte do documentário Bread and Roses, produzido pela atriz Jennifer Lawrence. O documentário retrata o dia-a-dia de três afegãs semanas antes de serem detidas.

Na apresentação do filme em Cannes, a vencedora de um Óscar referiu que este era um momento muito importante para si uma vez que "não se vê este lado da história, mulheres a lutar, nas notícias todos os dias e é uma parte importante do nosso filme e da história destas mulheres".

Jennifer Lawrence alertou ainda: "Atualmente elas não têm autonomia dentro do seu país. É muito importante que elas tenham a oportunidade de documentar a sua própria história, à sua maneira".

O documentário "nasceu da emoção e da necessidade" sentida para atriz após o Afeganistão passar a ser controlado pelos talibãs. Lawrence queria "dar a alguém uma plataforma para contar esta história de uma forma significativa".

O documentário foi produzido pela Excellent Cadaver, produtora que Jennifer Lawrence abriu em 2018 com a amiga Justine Ciarrocchi e foi depois de uma conversa entre as duas sobre a necessidade de agirem que conheceram Sahra Mani, realizadora de documentários que cofundou uma produtora independente em Cabul, a Afghan Doc House.

Sahra Mani já tinha iniciado um projeto com três mulheres que tentavam alcançar a sua autonomia meses depois de os talibãs terem tomado o país, em agosto de 2021. Durante o processo foram utilizadas câmaras ocultas e as mulheres partilharam até os seus esconderijos, onde conviviam com familiares e amigos.

As três mulheres que participaram no documentário, tal como Sahra Mani, já conseguiram sair do país pelo que este era o momento certo para a divulgação do documentário.

O documentário estreou este domingo no festival de Cannes.

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