Sábado – Pense por si

Ryanair: disputa laboral não garante indemnização em voos cancelados

18 de abril de 2018 às 10:56
Capa da Sábado Edição 26 de agosto a 1 de setembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 26 de agosto a 1 de setembro
As mais lidas

"Estas alegações, disseminadas pela empresa de 'caça-compensações' Air Help, são falsas e enganadoras para com os nossos clientes", frisa transportadora.

A transportadora aérea Ryanair garantiu hoje que o cancelamento de voo devido a disputa laboral não prevê compensação ao abrigo da norma EU261, em resposta a uma informação da empresa AirHelp de há dois dias.

"Estas alegações, disseminadas pela empresa de "caça-compensações" Air Help, são falsas e enganadoras para com os nossos clientes. Se um voo for cancelado devido a uma disputa laboral, algo que constitui uma situação extraordinária, a compensação ao abrigo da normativa EU261 não é aplicável", segundo uma informação da transporta aérea.

Na segunda-feira foi divulgado, com base em análises de voos entre 24 de Março e 8 de Abril, que as perturbações em voos da TAP e Ryanair terão afectado cerca de 19.400 passageiros e podem representar cerca de sete milhões de euros em compensações.

"Apesar de não ser aplicável no âmbito destes cancelamentos, encorajamos todos os nossos clientes com pedidos de compensação válidos a dirigi-los directamente à Ryanair para que possam receber 100% da sua compensação ao abrigo da normativa EU261, sem qualquer dedução das excessivas taxas aplicadas por estes 'caça-compensações' (taxas essas que podem chegar a 40% de uma compensação de Euro 250.00)", lê-se ainda na nota da companhia.

Aquando da greve de três dias não consecutivas da transportadora irlandesa, Ana Sofia Ferreira, jurista da associação de defesa do consumidor Deco, disse à Lusa que a greve não é uma circunstância imputável às transportadoras aéreas, pelo que "não há direito à indemnização, excepto se a transportadora já depois de ter recebido o pré-aviso de greve continuar a vender bilhetes já conhecendo e sabendo antecipadamente que muito provavelmente não vai poder realizar aqueles voos".

Em informação disponibilizada à agência Lusa e com base em análises de voos entre 24 de Março e 8 de Abril, a empresa especializada na defesa dos direitos dos passageiros aéreos concluiu que cerca de 13.600 passageiros da TAP "são elegíveis a receber compensações" no âmbito do regulamento EC261, o que poderá representar cerca de 5,2 milhões de euros.

Em relação à Ryanair foi estimado que cerca de 5.800 passageiros "são elegíveis a receber compensações, as quais poderão representar no total cerca de 1,8 milhões de euros".

Os tripulantes de cabine nas bases portuguesas da Ryanair fizeram uma greve de três dias não consecutivos em 29 de Março, 1 de Abril e 4 de Abril.

Ryanair, avião, pista
Ryanair, avião, pista

Na TAP, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) apelou à não aceitação de voos em folga/férias no período de 24 a 28 de Março (inclusive), pedido de folgas em atraso e 'e-learning'.

A Autoridade Nacional de Aviação Aérea (ANAC) contabilizou nos dias 26, 27 e 28 de Março 29 voos cancelados da TAP em Lisboa e 3.846 passageiros afectados.

Em resposta à agência Lusa, a ANAC referiu os cancelamentos da companhia aérea no final de Março, informando ter convocado "responsáveis da transportadora aérea de apoio a passageiros para prestar esclarecimentos e informações à ANAC".

O resort mais rico e fechado

Não foi fácil, mas desvendamos-lhe os segredos do condomínio mais luxuoso de Portugal - o Costa Terra, em Melides. Conheça os candidatos autárquicos do Chega e ainda os últimos petiscos para aproveitar o calor.

Cuidados intensivos

Regresso ao futuro

Imaginemos que Zelensky, entre a espada e a parede, aceitava ceder os territórios a troco de uma ilusão de segurança. Alguém acredita que a Rússia, depois de recompor o seu exército, ficaria saciada com a parcela da Ucrânia que lhe foi servida de bandeja?