PJ detetou estas drogas, pela primeira vez na Europa, em fevereiro do ano passado. Apesar da sua presença, Portugal não era o destino final. Substância já foi ligada à morte de pelo menos 200 pessoas em todo o mundo.
Nas ruas é conhecida como "iso" ou "toni", mas cientificamente é apelidada de nitazeno. Reputada como sendo uma substância 40 vezes mais forte que o fentanil e 140 vezes mais potente que a heroína, este opioide já vitimou pouco mais de 200 pessoas desde que as autoridades sanitárias de todo o mundo a colocaram sob radar. Apesar de não ser uma novidade, está agora a espalhar-se por toda a Europa.
A primeira vez que foi localizada em espaço europeu foi pelo Laboratório de Polícia Científica (LPC) da Polícia Judiciária (PJ), em fevereiro do ano passado. Na altura, as autoridades portugueses apreenderam milhares de comprimidos falsos de oxicodona, mas segundo um comunicado da PJ o "destino final não seria Portugal". Afinal, que droga é esta?
Os nitozenos não são uma substância única, mas sim uma família de 20 derivados distintos. Entre eles: o protonitazeno, o clonitazeno, o metonitazeno ou o isotonitazeno - sendo este último o mais popular e o que dá origem às alcunhas "toni" e "iso", usadas nas ruas.
Apesar de ser mais frequentemente consumida em forma de comprimido, esta droga pode ser também injetada ou inalada. Por norma, trata-se de uma substância de cor branca, mas também pode ser encontrada em azul, castanho ou amarelo, embora seja menos comum.
Segundo a PJ, "o seu consumo evoca sentimentos de euforia seguidos de sonolência, provocando o bloqueio do sistema respiratório, sendo esta a causa principal da morte por overdose". Misturá-la com outras drogas ou álcool é extremamente perigoso e pode provocar a morte.
Estes compostos foram descobertos na década de 1950, mas devido ao aumento da procura de opiáceos e à redução drástica de ópio no Afeganistão, voltaram a ser encontrados, nos últimos anos, em laboratórios clandestinos, muitos deles desmantelados pelas autoridades. A sua descoberta, há já algumas décadas, não passou de uma experiência fracassada, de tal modo que o seu uso nunca foi aprovado em humanos.
De acordo com o relatório de 2024, da agência antidrogas da ONU, há evidências da presença de nitazenos em países como o Reino Unido, Irlanda, Bélgica, Eslovénia, Estónia e Letónia. Sabe-se também que já foi detetada nos EUA. Em Portugal, ainda não há qualquer registo do seu consumo.
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