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Quem é Vadim Krasikov, o prisioneiro que seria trocado por Alexei Navalny?

Luana Augusto
Luana Augusto 26 de fevereiro de 2024 às 18:02
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Terá trabalhado para o FSB, o serviço de segurança russo que sucedeu ao KGB, mas acabou detido em 2019 quando montado numa bicicleta matou a tiro um opositor do regime russo.

Os seus advogados chamam-lhe turista russo, mas a Justiça alemã prendeu-o como homicida. Com 59 anos, o prisioneiro Vadim Krasikov ia servir de moeda de troca pela libertação de Alexei Navalny, mas o opositor de Putin morreu antes que tal acontecesse. Os aliados de Navalny denunciaram que a morte do advogado de 47 anos ocorreu quando se ultimavam os últimos pormenores da troca de prisioneiros. 

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Vadim Krasikov, que foi detido na Alemanha por ter matado em 2019 Zelimkhan Khangoshvili, um opositor do regime russo, nasceu em 1965 no agora Cazaquistão, quando este ainda integrava a União Soviética. O homem, que agora cumpre uma pena de prisão perpétua na Alemanha, terá trabalhado para a FSB, o serviço de segurança estatal russo que sucedeu ao KGB, apontam os investigadores dosite Bellingcat. 

Vadim Krasikov entrou na Alemanha como turista russo a 22 de agosto de 2019, e no dia seguinte usou uma bicicleta para matar Zelimkhan Khangoshvili com três tiros, no parque Tiergarten, em Berlim, enquanto pedalava. Acabou capturado em plena luz do dia, depois de algumas pessoas o terem visto a trocar de roupa e a atirar a bicicleta ao lago.

O apoio da Ucrânia na sua captura também acabou por ser fundamental, já que o país emitiu algumas informações a seu respeito. Descreviam-no como um homem com tatuagens, e que já havia sido fotografado num casamento no leste ucraniano.

Já Vladimir Putin, embora não tenha mencionado o seu nome, descreveu-o como um indivíduo "que devido a sentimentos patrióticos eliminou um bandido numa das capitais europeias", que podia ser trocado à altura pelo jornalista norte-americano Evan Gershkovich, preso na Rússia. 

Em 2021, o tribunal de Berlim que condenou Vadim Krasikov considerou-o culpado de um "homicídio ordenado pelo Estado" russo, o que foi negado pelo Kremlin e por Putin. Segundo o jornalThe Guardian, a Alemanha não aceitaria que um assassino a soldo fosse libertado de uma prisão alemã a pedido dos EUA.

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