Sábado – Pense por si

Alexei Navalny (1976-2024)

Tiago Neto
Tiago Neto 21 de fevereiro de 2024 às 23:00

Maior figura da oposição ao regime de Vladimir Putin, foi vítima de ataques e respondeu em tribunal por se insurgir. Morreu na prisão, mas não em silêncio

Fevereiro de 2011. Em entrevista à rádio Finam, emissora russa, Alexei Navalny responde corrosivamente a uma questão sobre o partido Rússia Unida, encabeçado por Vladimir Putin: “Tenho uma péssima opinião sobre o Rússia Unida. O Rússia Unida é o partido da corrupção, o partido dos bandidos e ladrões.” A frase, que acabaria por ser adotada como lema pela oposição, embatia à altura violentamente na implacável muralha do Kremlin, transformando o até então ativista num dos principais alvos da maquinaria estatal russa. Não seria a primeira vez que o seu nome faria manchetes internacionais, e estava longe de ser a última; levou os ideais anti-Putin até à última instância, enfrentou ataques, sobreviveu a uma tentativa de assassinato em 2020 com recurso a um agente nervoso, que só quando hospitalizado na Alemanha veio a ser descoberto, e regressaria à terra-mãe para uma condenação judicial que ditaria o seu misterioso fim. O agora mártir russo, pai de dois filhos, cujas visões nacionalistas, pró-armas e antiemigração lhe mancharam o currículo no passado, deixa o legado à mulher, Yulia Navalnaya, que prometeu honrá-lo e procurar respostas.

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