Sábado – Pense por si

Quem é Khalil Al-Hayya, o principal alvo de Israel no ataque ao Qatar?

Hayya entrou para o Hamas com apenas 27 anos e hoje é o líder e principal negociador do grupo. Apesar de relatos darem conta da sua morte, terá escapado a mais um ataque israelita.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) lançaram esta terça-feira um em Doha, no Qatar, e segundo a agência de notícias Reuters o alvo seria o atual líder do grupo terrorista, Khalil Al-Hayya, que assumiu a liderança após a morte dos seus antecessores Ismail Haniyeh e Yahya Sinwar. A sua morte chegou a ser noticiada, mas as confirmações oficiais dizem apenas que quem morreu no ataque foram o seu filho e o chefe de gabinete.

Khalil Al-Hayya, líder do Hamas, alvo de ataque israelita, negociador em Gaza
Khalil Al-Hayya, líder do Hamas, alvo de ataque israelita, negociador em Gaza AP Photo/Khalil Hamra

Quem é Khalil Al-Hayya?

Khalil Al-Hayya nasceu na Faixa de Gaza em 1960. Na década de 1980 juntou-se à Irmandade Muçulmana - o movimento islâmico sunita a partir do qual nasceu o Hamas - e com ele entraram também para o grupo Haniyeh e Sinwar, segundo fontes do Hamas citadas pela Reuters. Sete anos depois de ter entrado para a Irmandade Muçulmana juntou-se ao Hamas. Tinha então 27 anos.

Até há pouco tempo, Hayya integrava um conselho de liderança composto por cinco membros, mas desde que o antigo líder Haniyeh foi morto por Israel, em julho de 2024, que o principal negociador no Hamas é considerado a figura mais influente dentro do grupo extremista.

Hayya tem estado, alegadamente, envolvido nos esforços do Hamas para tentar chegar a um acordo com Israel e terminar com a guerra em Gaza e o mesmo aconteceu em 2014 quando teve um papel fundamental no fim do conflito. Anteriormente, também já havia acompanhado Haniyeh a Teerão, capital iraniana, para uma visita, que aconteceu em julho - no mesmo mês em que o antigo líder foi assassinado. Segundo a Reuters, Hayya chegou a ser detido várias vezes por Israel na Faixa de Gaza e é aqui que hoje permanece exilado.

Anteriormente, o atual líder do Hamas já havia perdido vários familiares que lhe eram próximos em ataques israelitas contra a Faixa de Gaza - nomeadamente o seu filho mais velho. Em 2007, um ataque aéreo atingiu a casa da sua família no bairro de Sejaiyeh, na cidade de Gaza, matando vários dos seus parentes, e em 2014, ainda durante a guerra entre Israel e o Hamas, a casa do seu filho mais velho, Osama, foi bombardeada, tendo matado o seu filho, a mulher e os três filhos.

Hayya não estava no local do bombardeamento na altura em que se deu este ataque. Segundo a Reuters, havia deixado a Faixa de Gaza há alguns anos para servir como representante do Hamas para as relações com os mundos árabe e islâmico. Para desempenhar essa função teve se de mudar para o Qatar.

Já depois do 7 de outubro, data em que se desencadeou a guerra em Gaza, o principal negociador chegou a dizer que este ataque foi concebido como uma operação do Hamas para capturar "vários soldados" em troca de presos palestinianos. "Mas a unidade do exército sionista entrou em colapso total", acrescentou num comunicado publicado pelo Centro de Informação Palestiniano, ao considerar que o ataque conseguiu trazer a questão palestiniana de volta ao centro das atenções internacionais. 

Além de Hayya ter adotado o papel de principal negociador do Hamas, realizou também outros trabalhos políticos para o grupo terrorista. Em 2022, liderou uma delegação do Hamas a Damasco para estabelecer as relações com o ex-presidente sírio Bashar al-Assad - que foram rompidas uma década antes, quando o movimento apoiou a revolta maioritariamente sunita contra Assad. Esta rutura prejudicou uma aliança formada pelo Irão para combater Israel e os Estados Unidos.

Artigos Relacionados
Cuidados intensivos

Filmes do desassossego

Ao ver os socialistas que apoiam a Flotilha "humanitária" para Gaza tive a estranha sensação de estar a ver a facção do PS que um dia montará um novo negócio, mais alinhado com a esquerda radical, deixando o PS “clássico” nas águas fétidas (para eles) do centrão.

A lagartixa e o jacaré

Quando o valor das notícias desaparece

Mesmo quando não há nada de novo a dizer, o que se faz é “encher” com vacuidades, encenações e repetições os noticiários. Muita coisa que é de enorme importância fica pelo caminho, ou é apenas enunciada quase por obrigação, como é o caso de muito noticiário internacional numa altura em que o “estado do mundo” é particularmente perigoso