D. João V recebeu uma das maiores remessas de ouro vindas do Brasil, criou o maior palácio em Portugal, o de Mafra, vestia da forma mais luxuosa e era conhecido pelos seus excessos. Colecionava amantes, até freiras, ao mesmo tempo que assistia aos autos de fé da Inquisição. Os historiadores defendem que contribuiu para o desenvolvimento do País, com uma aposta na ciência e na cultura, e que era um estratega a manter a paz.
Era noctívago, recebia conselheiros à meia-noite e enviava cartas de madrugada ao Cardeal da Mota, o mais fiel conselheiro, quase um primeiro-ministro. Trabalhava aos domingos e devorava livros - chegava a almoçar às 16h por se perder em leituras. Vivia rodeado de luxo e presenteava a família com relógios de diamantes - as netas receberam uma carruagem bordada a ouro -, mas estava igualmente empenhado em desenvolver o País. "Todos estes dias saiu fora el-rei, que Deus o guarde. Passeia pela cidade, observa tudo", comentou o diplomata José da Cunha Brochado, citado na biografia do Rei.
D. João V conhecia a instabilidade governativa - pela Europa repetiam-se as guerras sucessórias (Espanha, Polónia, Áustria). Além disso, a história de família era conturbada. O pai, D. Pedro II, tornou-se rei depois de prender o irmão, D. Afonso VI, e de se casar com a cunhada. Ficou conhecido como "o pacífico", já que pôs fim às guerras da Restauração iniciadas em 1640.
Foi a 1 de janeiro de 1707 que D. João V, de 17 anos - "boa figura, rosto comprido" - subiu ao trono com um manto bordado com flores de ouro, "no peito a Ordem de Cristo também de diamantes de grande valor", descreveu D. António Caetano de Sousa, camareiro-mor.
Maria Beatriz Nizza da Silva, autora de D. João V, diz que o luxo servia "para demonstrar o poder". Na biografia, cita cartas do monarca, que teve um reinado de 43 anos, e que revelam mais do que a caricatura do mulherengo gastador. Na guerra da sucessão espanhola, o rei demonstrou as suas preocupações: "Coitados dos súbditos que se estarão matando [...]. Não cuide V. E. que zombo, faz-me escrúpulo isto tudo."
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A lógica da televisão, de facto, não é o seu forte. Se fosse, a escritora Isabela Figueiredo saberia que O Preço Certo é uma âncora inestimável para prender as audiências e carreá-las até ao Telejornal. Qualquer director de programas, em qualquer canal português, daria um dedo para ter tais queijos e enchidos.
Álvaro Almeida, diretor executivo do SNS, terá dito, numa reunião com administradores hospitalares, que mesmo atrasando consultas e cirurgias, a ordem era para cortar.
Pela primeira vez podem trabalhar numa organização até cinco gerações, um facto que, apesar de já por si inédito, não deixa de acrescentar desafios e dificuldades organizacionais, e sociais, particularmente para quem lidera pessoas.