"Temos blocos operatórios encerrados de norte a sul do país", disse Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos.
A adesão à greve dos médicos ronda os 95%, com blocos operatórios encerrados de Norte e Sul do país, e, nalguns casos, chega aos 100%, como no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, segundo o sindicato.
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
Em declarações à Lusa, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que convocou a paralisação, disse que, globalmente, a adesão é de cerca de 95% e, além de Coimbra, deu ainda o IPO do Porto e o Santo António como exemplos de adesões que chegaram aos 100%, apenas com serviços mínimos a funcionar.
"Temos blocos operatórios encerrados de norte a sul do país", disse Joana Bordalo e Sá, lembrando que, mesmo noutros hospitais, como, por exemplo, Braga, Viana do Castelo e Santa Marta (Lisboa), a situação é idêntica.
Quanto aos centros de saúde, a responsável sindical disse que a adesão era igualmente "fortíssima" -- na ordem dos 95% - com diversas Unidades de Saúde Familiares (USF), de Norte a Sul do país, com 100% de adesão.
Questionada pela Lusa, Joana Bordalo e Sá disse que a FNAM, que hoje vai entregar os princípios da sua contraproposta durante uma concentração junto ao Ministério da Saúde, quer um mediador externo.
"Vamos entregar os princípios da contraproposta, mas acima de tudo o que esperamos ver é um mediador externo independente. Para quê? Nós não queremos outro calendário negocial", disse Joana Bordalo e Sá, acrescentando: "Queremos que isto se resolva como nos países civilizados, como, por exemplo, a Alemanha, em que, na presença de um mediador externo independente, como também já aconteceu em Portugal noutros setores, a situação se resolve de forma célere".
E insistiu: "Queremos que fique claro, de uma vez por todas, que estamos nesta situação já desde há 15 meses por falta de competência e por má-fé por parte do Ministério da Saúde".
"Os doentes não podem esperar mais", acrescentou.
Os médicos voltaram hoje à greve contra a proposta do Governo de valorização da carreira, uma paralisação de dois dias que a FNAM garante que não afetará a assistência aos peregrinos da Jornada Mundial da Juventude.
Em causa está a proposta que o Governo apresentou na última semana aos sindicatos, no âmbito das negociações que se iniciaram ainda em 2022, e que a FNAM considera "totalmente inaceitável" por não contemplar a valorização salarial aplicada de forma transversal a todos os médicos.
A FNAM rejeita a manutenção das 40 horas de trabalho semanais e o acréscimo do limite de horas extraordinárias das atuais 150 para 300 por ano, o aumento "irrisório do salário base entre 0,4% e 1,6%", a manutenção das 18 horas de urgência e as regras previstas para o novo regime de dedicação plena.
Na sua contraproposta, a federação reivindica aumentos que compensem a perda de poder de compra dos médicos na última década, um horário semanal de 35 horas, a reposição das 12 horas em serviço de urgência e do regime majorado da dedicação exclusiva e a integração dos internos no primeiro grau da carreira.
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