Das 17 mudanças que o deputado André Ventura se propunha fazer à Constituição, cinco tiveram votações diferenciadas, mas foram igualmente chumbadas e o Chega foi o único a votar, isolado, a favor.
Lisboa, 26 mai 2021 (Lusa) - O parlamento chumbou hoje, em 18 minutos, a revisão constitucional proposta pelo Chega, rejeitada por uma maioria esmagadora do PS, PSD, PCP, BE, PAN, Iniciativa Liberal e das duas deputadas independentes.
Das 17 mudanças que o deputado André Ventura se propunha fazer à Constituição, cinco tiveram votações diferenciadas, mas foram igualmente chumbadas e o Chega foi o único a votar, isolado, a favor.
Por exemplo, o CDS/PP e a Iniciativa Liberal abstiveram-se quanto à retirada das marcas ideológicas no preâmbulo da Constituição, mudança que foi rejeitada por todos os outros, PS, PSD, PCP, BE, PAN, PEV e das duas deputadas não-inscritas Joacine Katar Moreira (ex-Livre) e Cristina Rodrigues (ex-PAN). E no artigo sobre a progressividade dos impostos, a votação foi idêntica.
Estas foram votações indiciárias, pelo que, na prática, o processo de revisão fica terminado em quatro reuniões.
Ao todo, no debate e votação, gastaram-se 121 minutos, ou seja cerca de duas horas.
Falta apenas uma reunião, que se realizará já em junho, para pôr fim ao processo, para a aprovação de relatório e atas.
O deputado do Chega André Ventura, que apresentou o projeto de revisão na reunião anterior, na terça-feira, participou na reunião, mas não interveio.
PSD, IL, e CDS fizeram declarações de voto, no mesmo sentido, anunciando que pretendem participar mais ativamente num futuro processo ordinário de revisão constitucional.
Segundo Luís Marques Guedes, os sociais-democratas estão a preparar um projeto próprio, com propostas na reforma do sistema político e também na área da justiça.
Se alguma proposta do Chega fosse agora aprovada, disse Marques Guedes, isso inviabilizaria uma revisão constitucional no prazo de cinco anos, independentemente de o deputado achar que algumas das alterações quanto ao "habeas corpus" podem merecer "uma reflexão".
Todas as propostas mais polémicas, como a da castração química ou a prisão perpétua, mereceram repúdio de todos os partidos, da esquerda à direita.
O Chega desencadeou o processo de revisão constitucional em outubro do ano passado, mas o processo ficou suspenso enquanto vigorou o estado de emergência, durante o qual não é possível qualquer alteração à Lei Fundamental.
Revisão constitucional do Chega chumbada em 18 minutos no Parlamento
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.