A SÁBADO expôs a forma como grupos fascistas se estão a inscrever à paisana para participar no protesto "contra a imigração descontrolada em Portugal", marcada pelo Chega para domingo.
O presidente do Chega pediu aos responsáveis autárquicos e policiais que, por razões de segurança, travem uma contramanifestação que disse ter sido convocada também para domingo e para os mesmos locais da manifestação do seu partido.
TIAGO PETINGA/LUSA
Em conferência de imprensa, André Ventura acusou mesmo a presidente do Grupo Parlamentar do PS, Alexandra Leitão, de ter apelado à participação nessa "contra manif" e pediu aos líderes socialista, Pedro Nuno Santos, e também do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, para não o fazerem e desautorizarem nos respetivos partidos quem faz esses apelos.
Pela sua parte, André Ventura disse que a manifestação de domingo "contra a imigração descontrolada em Portugal" terá cerca de três mil pessoas, e foi organizada e planeada pelo Chega, adiantando mesmo que foi coordenada por si próprio.
O líder do Chega rejeitou que a sua manifestação esteja infiltrada por forças extremistas neonazis, apesar das mensagens divulgadas pelaSÁBADOmostrarem que o grupo 1143 quer ir à paisana ao protesto. Ventura contrapôs que já alertou "as forças policiais para o facto de que vários movimentos estarem a apelar à participação contra o protesto do Chega no domingo", o que pode constituir "um caldeirão a céu aberto".
"O Chega não desmarcará a sua manifestação. Mas queria apelar a todos, sobretudo aos líderes partidários, que metam a mão na consciência e que compreendam que a provocação de insultos ou a tentativa de boicotar o trajeto que os manifestantes farão no domingo pode levar a situações absolutamente indesejáveis de ordem pública. Tudo faremos para garantir que isso não aconteça", disse.
O presidente do Chega declarou depois que não pode aceitar "provocações, tentativas de boicote ou tentativas de manipulação da opinião pública através da presença no mesmo trajeto -- um trajeto que há semanas está definido para a manifestação do Chega. Esta manifestação é do Chega, foi organizada a cada passo em articulação com as autoridades policiais e com as autoridades autárquicas", acrescentou.
No passado dia 18, em conferência de imprensa, André Ventura anunciou o adiamento para este domingo da manifestação convocada pelo seu partido contra a "imigração descontrolada" e "pela segurança", inicialmente prevista para sábado passado. Justificou essa decisão por solidariedade para com as vítimas dos incêndios.
A manifestação organizada pelo Chega "contra a imigração descontrolada e insegurança nas ruas" foi convocada em agosto.
Segundo um documento apresentado em junho pelo Governo, a população estrangeira em Portugal aumentou cerca de 33% no ano passado, totalizando mais de um milhão de imigrantes a viver legalmente no país, e a maior parte das autorizações de residência atribuídas são para o exercício da atividade profissional.
O documento indica ainda que as migrações contribuem para "a revitalização demográfica e o aumento da população ativa", tendo a maior parte dos estrangeiros residentes em Portugal entre os 25 e os 44 anos.
Estes dados foram apresentados após o Conselho de Ministros em que o executivo aprovou o Plano de Ação para as Migrações. E, logo nessa altura, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, rejeitou "qualquer ligação direta" entre a "capacidade de acolher imigrantes e aumentos de índices de criminalidade".
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.