Líder do Chega falou aos jornalistas no início de manifestação que conta com a participação de Mário Machado.
A manifestação contra a "imigração descontrolada" convocada pelo Chega já está a decorrer em Lisboa. Centenas de pessoas encontraram-se na Alameda D. Afonso Henriques para descer a Avenida Almirante Reis, onde no Intendente se encontra uma contramanifestação. Cerca das 17 horas, dois jovens foram detidos e levados pela PSP, após as duas manifestações se terem encontrado junto aos Anjos.
Em comunicado, a PSP indicou que foram detidos um homem e uma mulher, de 25 e 28 anos, por resistência e coação a funcionário e identificou outras quatro pessoas. Registou "dois detidos, um homem e uma mulher de, respetivamente, 25 e 28 anos, por resistência e coação a funcionário" e identificou quatro pessoas "que integravam a manifestação promovida pelo Partido Chega por infração à lei de segurança privada".
No início do protesto contra a manifestação, André Ventura, líder do Chega, afirmou que Portugal está a ter "imigração descontrolada" e que nem o governo do PS nem o do PSD querem mudar a política. Disse ainda que Portugal tem entre 10% e 15% de população imigrante - em Portugal, de acordo com dados da AIMA recolhidos em setembro, moravam 1.040.000 imigrantes, cerca de 9,8% da população.
O líder do Chega defendeu o controlo das fronteiras e as quotas para a imigração, afirmando que desse modo o país definiria o que precisa através de uma quota anual e que não podia ser superada. "A quem vem por mal e entra nessa quota, só há uma solução, quem cometer crimes em Portugal sendo imigrante só tem um caminho, a deportação."
Quando questionado sobre a presença do neonazi Mário Machado na manifestação, André Ventura só referiu que o partido teve a preocupação de reforçar a segurança e que foi feita a pedagogia de que se tratava de uma manifestação pacífica. "Se houver contra-manifestação espero que nos respeitem", disse.
Confrontado com a necessidade de imigrantes para manter a economia - sendo que há áreas em que um quarto da mão de obra é migrante, segundo o Público -, André Ventura disse que o "controlo da imigração terá boas consequências na economia".
"Espero que o Governo, espero que a Assembleia da República, espero que o país perceba, se não pararem a tempo, nós também não pararemos. Este movimento não parará de crescer", disse.
A manifestação arrancou em direção ao Rossio com gritos de "nem mais um, nem mais um".
O líder do Chega disse ainda que não haverá "casas para toda a gente" nem "saúde" se "deixarmos 15% de população estrangeira em Portugal", apesar de em Portugal 10% da população ser migrante, e de não mencionar questões como a especulação imobiliária. Também não respondeu quando confrontado com os municípios mais seguros serem aqueles em que há mais imigração.
A população estrangeira em Portugal aumentou cerca de 33% no ano passado, totalizando mais de um milhão de imigrantes a viver legalmente no país, segundo um documento apresentado em junho pelo Governo.
De acordo com o executivo PSD/CDS-PP, a maior parte das autorizações de residência atribuídas em Portugal são para o exercício da atividade profissional.
O documento indica ainda que as migrações contribuem para "a revitalização demográfica e o aumento da população ativa", tendo a maior parte dos estrangeiros residentes em Portugal entre os 25 e os 44 anos.
Estes dados foram apresentados após o Conselho de Ministros em que foi aprovado o Plano de Ação para as Migrações, tendo, na altura, o primeiro-ministro rejeitado "qualquer ligação direta" entre a "capacidade de acolher imigrantes e aumentos de índices de criminalidade".
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"