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Tribunal decide a 27 de novembro se Ventura retira cartazes sobre comunidade cigana

Ação pretende que André Ventura seja obrigado a pagar uma multa de cinco mil euros por cada dia de atraso ou por cartazes que venham a ser colocados e que tenham semelhante conteúdo.

O julgamento para decidir se André Ventura será obrigado a retirar os cartazes que fazem referência à comunidade cigana num prazo de 24 horas vai realizar-se no dia 27 de novembro, no Palácio da Justiça, em Lisboa.

Cartazes de André Ventura sobre comunidade cigana geram debate
Cartazes de André Ventura sobre comunidade cigana geram debate Rui Paulo Sousa/Facebook

A informação foi avançada esta quinta-feira pelo jornal Expresso e, à Lusa, o advogado Ricardo Sá Fernandes, que elaborou a ação especial de tutela de personalidade, explicou que este julgamento terá uma única sessão, em que serão ouvidas as testemunhas levadas pelas duas partes - do lado do líder do Chega e do lado das seis pessoas que pedem que sejam retirados os cartazes.

A sessão tem início marcado para as 09h20 e, no final do dia, deverá ficar a conhecer-se se André Ventura será obrigado ou não a retirar os cartazes que colocou sobre a comunidade cigana.

A ação em causa foi entregue na semana passada e pretende também que André Ventura seja obrigado a pagar uma multa de cinco mil euros por cada dia de atraso ou por cartazes que venham a ser colocados e que tenham semelhante conteúdo.

Nos cartazes que foram colocados pelo Chega em vários locais, incluindo na Moita, Montijo e Palmela, lê-se a seguinte frase, que está acompanhada pela fotografia de André Ventura, na qualidade de candidato a Presidente da República: "Os ciganos têm de cumprir a lei".

Para os autores da ação, os cartazes "passam a mensagem de que os ciganos não cumprem a lei", o que "estigmatiza e humilha o povo cigano no seu todo".

"Sentem-se impotentes para fazer parar a onda de xenofobia e de desprezo pelo povo cigano que a colocação dos cartazes gera na sociedade portuguesa", lê-se ainda na ação que, a ser aceite pelo tribunal, não necessita de passar pelo Ministério Público.

A mensagem que consta nos cartazes "ofende a integridade moral e o direito à dignidade" dos visados, consideraram ainda os autores da ação, que acrescentaram que "André Ventura não se pode refugiar na liberdade de expressão".

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