O ex-autarca viu o Tribunal da Relação exigir a entrega do passaporte e repor as suspeitas e garantiu há dias que não teria cargos partidários. Afinal, Albuquerque anunciou-o em público coordenador da campanha no Funchal. O próprio diz que "nada disso", foi só “uma simpatia” do líder.
Até alguns dos sociais democratas presentes na sala ficaram surpreendidos com o anúncio: no encontro com militantes na sede regional do PSD-Madeira, esta quinta-feira, 21, Pedro Calado estava na mesa, e não na assistência, e Miguel Albuquerque apresentou-o aos presentes como sendo o coordenador do PSD-Madeira no Funchal para a disputa eleitoral que se avizinha, as regionais de 23 de março. Outro militante ouvido pela SÁBADO diz que "seria como ter o Luís Newton a liderar a campanha em Lisboa do PSD, ou o Sócrates a liderar a campanha do PS".
Recorde-se que Pedro Calado, ex-vice-presidente de Miguel Albuquerque e ex-autarca do Funchal, foi detido no início de 2024, assim como os empresários Custódio Correia (da Socicorreia) e Avelino Farinha (do grupo AFA), sendo concretamente suspeito de sete crimes de corrupção passiva. Calado, que não declarou poupanças próprias ao Tribunal Constitucional enquanto esteve em cargos públicos, movimentou, apesar disso, verbas próximas de um milhão de euros nesse período, de acordo com o Ministério Púbico, e parte desse valor em numerário.
O Tribunal da Relação decidiu recentemente repor medidas de coação, incluindo a entrega do passaporte, a Pedro Calado, e deixou ainda críticas abertas ao juiz de instrução, que não vira indícios de crime, dando assim parcialmente razão ao Ministério Público.
"Não percebi o anúncio, já nos basta o que basta", comentou à SÁBADO um militante que assistiu à sessão de recuperação de Calado. O regresso foi tanto mais surpreendente quanto o próprio, no dia 17, tinha dito, ao aterrar no Funchal: "Daqui para a frente, não faço mais intenções de exercer qualquer cargo político, público ou partidário, está completamente afastado." Embora depois tenha respondido quando questionado sobre se a decisão é para sempre: "Não sei o dia de amanhã."
À SÁBADO, Calado contraria o anúncio público de Albuquerque: "Não é um cargo, não é uma função, apenas vou colaborar com a confiança e experiência que tenho, mas não vou acompanhar no terreno, nem dirigindo nada." Sobre o anúncio em concreto, diz que foi apenas "um gesto de simpatia" de Albuquerque. Recusa, sequer, que tenha um papel de ‘eminência parda’ nos bastidores da campanha: "Nada disso, vou ser apenas militante, é o que sou, é natural estar no partido, mas não tenho nenhum cargo político nem vou ter, zero, pago para estar fora. Agora, ninguém me impede de ser cidadão e de ter consciência cívica."
A SÁBADO questionou também a direção do PSD-Madeira. Um alto dirigente respondeu, esclarecendo que não queria ser citado, que não sabia, e que as questões deveriam ser dirigidas ao partido e ao seu presidente – o que aconteceu, mas sem resposta até agora.
Entretanto, até entre alguns militantes do próprio partido tem sido partilhada em tom de estupefação a publicação do PSD Madeira nas redes sociais em que Calado surge sentado na mesa da presidência e foi apresentado como o responsável pela campanha na capital da região autónoma.
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