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Chega defende "outros mecanismos" do parlamento a fiscalizar primeiro-ministro

O presidente do Chega considerou que Luís Montenegro "não conseguiu responder a nenhuma das mais importantes questões" e que "quando as perguntas ficavam mais concretas, mais fugia".

O presidente do Chega afirmou esta sexta-feira, 21, que o seu partido não vai desistir enquanto "não estiver tudo esclarecido sobre a integridade do primeiro-ministro" e defendeu que o parlamento deve agora "desencadear outros mecanismos de fiscalização".

REUTERS/Pedro Nunes

"Senhor primeiro-ministro, o ato falhado da sua última declaração mostra bem como não quis responder a Portugal e como o parlamento terá de desencadear agora outros mecanismos de fiscalização sobre aquilo que ficou mal esclarecido em toda esta situação", afirmou, sem concretizar quais e se vai avançar com alguma iniciativa.

André Ventura falava no encerramento do debate da moção de censura que o Chega apresentou ao Governo PSD/CDS-PP, que foi rejeitada.

"Não desistiremos enquanto não estiver tudo esclarecido sobre a integridade do primeiro-ministro", afirmou, dizendo que "não vale a pena gritar e dizer que é muito transparente e querer andar para a frente".

O presidente do Chega considerou que Luís Montenegro "não conseguiu responder a nenhuma das mais importantes questões" e que "quando as perguntas ficavam mais concretas, mais fugia".

Ventura desafiou o primeiro-ministro a recolher informação num dossiê e deixou mais questões, insistindo em querer saber quem são os clientes, detalhes da faturação e quem trabalha na empresa fundada por Luís Montenegro e da qual foi sócio até ter sido eleito líder do PSD.

Questionou também o primeiro-ministro "que atos fez depois de formalizar a saída" e se entre os clientes estará alguma "autarquia daquelas que o PSD em, ou teve com que o primeiro-ministro teve alguma ligação comercial".

O líder do Chega perguntou se Montenegro tinha conhecimento de que o ministro Adjunto e da Coesão Territorial tinha uma participação numa imobiliária. 

"Há momentos em que o parlamento tem de exigir integridade e honestidade ao primeiro-ministro, e fazer as questões que importam. Temos mesmo de saber quando dinheiro público é usado para fazer ajustes ou negócios com os quais lidamos ou do nosso circulo familiar", salientou, defendendo que "ninguém está acima da lei e transparência é para todos, a começar no primeiro-ministro e no Governo".

O presidente do Chega considerou que, apesar do 'chumbo', a moção de censura e as mais de três horas de debate "valeram mesmo", alegando que "é a primeira vez na História de Portugal que um primeiro-ministro é chamado ao parlamento não só nem exclusivamente pela sua governação, mas pela sua integridade e pela luta contra a corrupção".

André Ventura aproveitou também a sua intervenção no encerramento do debate para responder às críticas dirigidas por vários partidos ao Chega, e acusou CDS-PP de se ter tornado "muleta do Governo", a IL de ser "mais desgovernada do que um bacanal", o BE de falta de "decência e vergonha" e criticou o PCP pela venda de sedes.

O líder do Chega considerou também PS e PSD de se protegerem mutuamente.

Ventura recuou aos tempos em que era militante do PSD, para responder ao primeiro-ministro, dizendo que existe apenas uma fotografia dos dois, quando Luís Montenegro "correu para Loures" para participar campanha quando o agora presidente do Chega foi candidato social-democrata à Câmara de Loures.

"E uma mensagem de Luís Montenegro a dizer 'este gajo é mesmo bom', este gajo era eu em 2018", afirmou.

A moção de censura intitulada "Pelo fim de um Governo sem integridade, liderado por um primeiro-ministro sob suspeita grave", teve na origem a situação da empresa da qual Luís Montenegro foi sócio até junho de 2022 e que agora pertence à sua mulher e aos filhos de ambos.

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