Sábado – Pense por si

António Cunha Vaz: o conselheiro fantasma do Governo

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 27 de novembro de 2024 às 23:00

Faz 'coaching' a título pessoal a uma ministra, presta apoio a escolhas para o gabinete de outra, vai em visitas aos bastidores do poder “para ir ver amigos”. O Governo e Cunha Vaz, uma das principais figuras no mercado das agências de comunicação, estão numa relação - informal.

Em janeiro de 2008 os jornais não largavam a “novela venezuelana”, como lhe chamou o então líder do PSD, Luís Filipe Menezes: a contratação da agência de António Cunha Vaz para tratar da comunicação do grupo parlamentar do PSD. A Cunha Vaz & Associados (CV&A), criada cinco anos antes, implantara-se no futebol, nos negócios e na política e a sua chegada ao Parlamento gerou escrutínio mediático. A notícia saíra de uma reunião privada com sete pessoas, onde estavam Santana Lopes e Cunha Vaz. A opinião da bancada do PSD sobre a polémica, lia-se no Público, era resumida pelo deputado Campos Ferreira: “Algo vai mal quando uma agência de comunicação é ela própria notícia.” Em março os media ainda perguntavam que relação havia com a CV&A, cujos funcionários eram vistos na sede do partido, algo a que Cunha Vaz respondia com “não temos prestado serviços cobráveis” e que o PSD não esclarecia. Quase 17 anos depois, a história repete-se entre o PSD, Cunha Vaz – e a informalidade.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.

Visto de Bruxelas

Cinco para a meia-noite

Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.