O presidente da Câmara Municipal de Lisboa prestou esclarecimentos sobre o caso em que a autarquia enviou dados pessoais de manifestantes anti-Putin para a embaixada russa em Lisboa e o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Fernando Medina, pediu desculpa aos promotores da manifestação a favor de Alexei Navalny. "Quero assumir esse pedido de desculpas público por um erro lamentável, que não poderia ter acontecido", frisou Medina. Sublinhou ainda "levo muito a sério o que aqui aconteceu e levo muito a sério o direito à manifestação que foi algo que para nós também demorou muito a conquistar".
Fernando MedinaMiguel Baltazar / Jornal de Negócios
O autarca socialista reagiu assim ao caso em que os serviços da câmara partilharam dados pessoais de três organizadores de uma manifestação anti-Putin com a embaixada russa em Lisboa e o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
Fernando Medina sublinha o compromisso de que Lisboa seja uma cidade de defesa da democracia e da defesa dos direitos humanos. Lembrando que a posição da cidade, Portugal e da União Europeia tem sido a de defender a causa também defendida pelos promotores da manifestação, ou seja, a livertação do ativista russo Alexei Navalny, detido em janeiro pela Rússia, depois de uma tentativa de envenenamento.
"Este erro resultou de um procedimento burocrático dos serviços, da aplicação de uma regra aplicada para todos os eventos. Recebemos os dados dos organizadores e são enviados para a PSP e o Ministério da Administração Interna e depois para o local onde é realizada a manifestação para que estas entidades possam saber quem são os seus interlocutores e possam preparar o espaço. Ora, este procedimento é normal para o nosso quadro democrático e é aqui que há o erro. Esta informação não podia ter passado nestas circunstâncias para estas entidades."
O presidente da CML lembrou que desde abril deixaram de ser enviados dados para embaixadas e que desde hoje, a CML passará apenas a facultar estes dados com a PSP que "depois se encarregará de fazer a articulação necessária".
Quanto aos pedidos de demissão que foram feitos pela oposição, Medina classifica-os de "aproveitamento político muito simplório, que é mais mostra de desespero do que preocupação de conluio com a Rússia".
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"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".