Sábado – Pense por si

Marcelino da Mata, o comando que escapou a uma certidão de óbito por fuzilamento

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso 14 de fevereiro de 2021 às 18:00

Na morte de Marcelino da Mata regressa o seu mito mas também a memória dos comandos africanos deixados a morrer em Bissau, às mãos do PAIGC. Uma página de ignomínia na história portuguesa contemporânea, que permanece como uma ferida aberta, a que mais facilmente podemos chamar crime de guerra do que a qualquer operação dos comandos africanos feitas no teatro de um conflito que representou, mais do que qualquer outro, o estertor do império colonial português.

Portugal salvou Marcelino da Mata da vingança do PAIGC mas milhares de comandos africanos não tiveram a mesma sorte. O destino de uns e outros foi meramente traçado pelo acaso histórico e pela nova situação política emergente após a revolução de Abril de 1974. Foi desenhado pelo facto de estarem ou não em território guineense, nos dias que marcaram o fim do domínio português em Bissau. E do novo poder instalado em Lisboa, liderado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) se ter resignado com as vãs promessas do PAIGC, de que tratariam os militares africanos que tinham lutado pela bandeira portuguesa com humanidade. Não aconteceu! A vingança falou mais alto.

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