As agressões foram um tom dissonante de um protesto calmo e sem grandes palavras de ordem.
Vários manifestantes envolveram-se hoje em cenas de pancadaria na Praça do Comércio, em Lisboa, onde, pelas 16:15, teve início um protesto em defesa da floresta e homenagem aos mortos nos incêndios deste ano.
No local, a agência Lusa testemunhou vários cidadãos a envolverem-se em confrontos, junto à estátua do Rei D. José I, tendo obrigado à intervenção de cerca de uma dezena de agentes policias.
Pedro Fortunato, um dos envolvidos hoje nos confrontos na Praça do Comércio, explicou que estes começaram quando foi impedido por um outro grupo de cidadãos de desenrolar uma faixa, onde se lia "os culpados são os governos PS e PSD/CDS".
Segundo Fortunato, um dos seus amigos, que também participava na manifestação, foi pontapeado e lançado ao chão por um grupo de pessoas que contestavam o facto de ele culpabilizar o governo PSD/CDS.
Pedro Fortunato afirmou aos jornalistas que "é tanto culpado o actual Governo, como o anterior", relativamente à situação trágica dos incêndios, que este ano assolou o país.
Depois dos incidentes, o protesto prosseguiu em silêncio. As altercações foram um tom dissonante de um protesto calmo e sem grandes palavras de ordem.
No local concentraram-se centenas de pessoas, algumas empunhando a bandeira nacional e cartazes com frases como: "Incêndios já basta", "eucaliptização/combustão" e "exigimos responsabilidades e exigimos protecção.
Uma das manifestantes, Isabel Vale, em declarações à Lusa, afirmou que participa na acção de protesto por ser apartidária e "na defesa de um país verde que não deve ficar cinzento", considerando que "há responsabilidade dos vários governos".
Carolina Covelas pediu por sua vez "silêncio e respeito pelos mortos", lembrando ainda a devastação não só do verde, como também dos muitos animais que morreram.
No fim, fez-se um minuto de silêncio pelas vítimas, seguido da entoação do hino nacional e do grito de ordem: "Acorda Portugal."
Para hoje estão agendas manifestações para uma dezena de distritos do país contra os incêndios e as políticas florestais, mas também de homenagem às vítimas dos fogos, iniciativas organizadas nas redes sociais e por grupos de cidadãos.
A maioria dos eventos foi convocada através das redes sociais e decorrem desde as 16:00, em pelo menos dez distritos do país: Lisboa, Porto, Aveiro, Viseu, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Braga, Guarda e Bragança.
"Manifestação silenciosa: Portugal contra os incêndios" é a designação das acções que decorrem na Avenida dos Aliados, no Porto, e na Praça do Comércio, em Lisboa, em luta por um planeamento de defesa e protecção florestal e para que as medidas de prevenção de combate a incêndios sejam realmente executadas.
A iniciativa "Basta! Por um Futuro Sustentável!" também foi marcada para a Praça do Comércio, e em cada Câmara Municipal uma manifestação sob o lema: "de luto e em silêncio por todas vítimas, por todas as casas destruídas, por todas as árvores ardidas".
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em Junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.
Manifestantes contra incêndios envolvidos em desacatos em Lisboa
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"