A casa do ex-líder do PSD e a sede do partido estão a ser alvo de buscas pela Polícia Judiciária.
Rui Rio até quis afastar-se da política, mas a política teima em não se querer afastar dele. Esta quarta-feira o ex-líder do Partido Social Democrata (PSD) voltou a estar debaixo dos holofotes mediáticos depois de perto de uma centena de inspetores daPolícia Judiciária terem efetuado buscas na sede nacional e na sede distrital do PSD no Porto, bem como na casa do ex-líder.
D.R.
Em causa estão suspeitas definanciamento ilegal através da contratação de assessorespara o partido que eram remunerados através da Assembleia da República. Mas há mais dois nomes em causa: o do deputado Hugo Carneiro e da assessora de longa data de Rui Rio, Florbela Guedes.
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Rui Rio cumprimenta jornalistas da varanda enquanto PJ efetua buscas dentro de casa
Florbela Guedes: o braço direito (e esquerdo) de Rui Rio
Florbela Guedes foi um nome central do Partido Social Democrata. Se por um lado era desconhecida da maioria da população, por outro, era por ela que passava toda a informação do partido.Pedidos, comunicações, contactos, tudo.
Foi pela mão de Rui Rio que entrou nos meandros da política e, apesar da proximidade não ter sido imediata, as quase duas décadas que trabalharam juntos permitiram que construíssem uma relação de enorme confiança.
Jornalista de profissão passou pela TVI e pelo Comércio do Porto para, em 2002, se tornarDiretora de Comunicação e Assessora da Câmara Municipal do Porto, cargo que manteve até 2013. Nos dois anos seguintes foi diretora de Marketing e Comunicação na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, em 2014 na Santa Casa da Misericórdia do Porto e desde 2022 mantém o cargo no Hospital da Prelada.
Dentro do partido era descrita como uma "pessoa de confiança" e só esse facto fez com que se tornasse tão próxima de Rio econseguisse controlar toda a teia de comunicação do partido. Em 2018, aSÁBADOdava conta que Florbela Guedes foi nomeada porta-voz do Conselho Nacional Estratégico e que, durante a conferência de imprensa de apresentação, os jornalistas questionaram se deviam continuar a dirigir-se aos deputados de cada área para tratar os respetivos temas ou se os porta-vozes tinham sido indicados para isso. "Dirigem-se à Dra. Florbela Guedes, que por sua vez indicará quem fala para cada tema", esclareceu prontamente Rui Rio.
Doutorada em Gestão de Comunicação pela Universidade de Vigo, Florbela Guedes era descrita como alguém que "não dava um gesto em falso" e cumpria o seu papel "palavra por palavra, vírgula por vírgula".
Hugo Carneiro, o deputado ligado à banca
Hugo Miguel de Sousa Carneiro nasceu a 20 de maio de 1982, na cidade do Porto, e é agora um dos visados nas buscas que envolvem o PSD.
Com umcurrículo recheado, o político licenciou-se em Economia pela Universidade do Porto e em Direito pela Universidade Católica, tendo posteriormente realizado uma especialização em Direito das Autarquias Locais na Universidade do Minho e uma Pós-Graduação em Direito Fiscal na Universidade de Lisboa.
Esteve desde cedo ligado à banca, exercendo o cargo de técnico superior do Banco de Portugal durante vários anos. Das finanças para a política, entrou naCâmara Municipal do Portocomo adjunto do presidente e chegou a coordenar o Conselho Municipal de Finanças.
A vida trouxe-o para Lisboa, mais concretamente para aAssembleia da República, onde foi secretário-geral adjunto do PSD e exerceu funções de deputado na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, na Comissão de Orçamento e Finanças, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP e ainda no Grupo de Trabalho - Alteração do Regimento da Assembleia da República, na Subcomissão para o Acompanhamento dos Fundos Europeus e do PRR e na Subcomissão para a Reinserção Social e Assuntos Prisionais.
Paralelamente lecionou Direito e Empresa na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa e Fundamentos de Direito Civil e Direitos das Pessoas na Faculdade de Direito.
Esta tarde, em declarações aos jornalistas no parlamento, confirmou ter sido alvo de buscas domiciliárias - tanto em Lisboa como no Porto - e disse ter visto o seu telemóvel apreendido. Reiterou que sempre defendeu "o interesse público" e o rigor das contas, assegurando colaboração total com a investigação e salientando que, até ao momento, não foi constituído arguido.
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