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Hospital S. João produz mais cuidados, com menos espera e menos custos do que Lisboa Norte

10 de julho de 2018 às 11:03
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Auditoria feita pelo Tribunal de Contas indica que um doente tratado na unidade de Lisboa ficou em média 26% mais caro do que no São João.

O Centro Hospitalar de São João, no Porto, consegue produzir mais cuidados de saúde, com menos tempos de espera e com custos operacionais inferiores do que o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, segundo o Tribunal de Contas.

As conclusões constam de um relatório de uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas e que foi orientada para as práticas de gestão no Centro Hospitalar Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de São João, no Porto, tendo sido analisadas comparativamente as estruturas de gestão e os resultados obtidos no triénio 2014-2016.

Segundo o relatório, a que a agência Lusa teve acesso, "se o Centro Hospitalar Lisboa Norte alcançasse custos por doente padrão iguais aos do Centro Hospitalar de São João, teria obtido [em 2014-2016] uma poupança de 211 milhões de euros".

Este valor seria suficiente para o Estado financiar, por exemplo, a realização de três milhões de consultas externas ou o tratamento de 30 mil doentes com hepatite C.

Um doente tratado na unidade de Lisboa ficou em média 26% mais caro do que no São João, mas ainda assim, as diferenças entre os dois centros hospitalares ao nível de custos por doente têm vindo a diminuir.

Entre 2014 e 2016, o Centro Hospitalar de São João apresenta custos operacionais inferiores e consegue produzir mais cuidados de saúde com as instalações e equipamentos de que dispõe.

Por exemplo, o São João produz por dia mais 35 TAC e mais 13 ressonâncias magnéticas do que o Lisboa Norte. Realizou ainda em 2014, 2015 e 2016 mais 74% de cirurgias do que o Lisboa Norte.

Os utentes do São João esperam em média menos tempo para consultas (menos oito dias) e para cirurgias (menos 28 dias) do que os do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que integra o Santa Maria e o Pulido Valente.

Mas a unidade de Lisboa teve melhor desempenho no cumprimento dos tempos de espera do serviço de urgência geral, ainda assim com utentes com menor nível de urgência do que os do São João.

O Tribunal de Contas salienta que a gestão do Centro Hospitalar de São João assenta em estruturas de gestão intermédias, com maior autonomia e com actuação mais pro-activa.

O São João revela ainda sistemas de informação de gestão que permitem um conhecimento mais rigoroso e ao momento dos custos operacionais e um conhecimento mais preciso das necessidades de financiamento.

Quanto aos pagamentos de dívidas, no Centro Hospitalar Lisboa Norte o prazo médio "ultrapassa, em muito, os 12 meses". No São João, "pouco tem ultrapassado os três meses".

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