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Fogo e perseguições de carro no centro de Lisboa. Junta preocupada com ruído devido a Netflix

Leonor Riso
Leonor Riso 21 de fevereiro de 2022 às 11:53
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Zonas de Alfama, Baixa, Castelo, Chiado e Mouraria vão ser o cenário de uma produção da plataforma de streaming. Câmara de Lisboa terá mostrado entusiasmo, mas junta pede medidas.

Em julho, a zona da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, será cenário de uma produção da plataforma destreamingNetflix. Num comunicado publicado no Facebook, intitulado "Filmagens prolongadas e com ruído durante oito noites condicionam direito ao descanso em Santa Maria Maior", o executivo da Junta "manifesta a sua apreensão e oposição face à possibilidade de ocupação abusiva do espaço público prevista num plano de filmagens noturnas apresentado pela produtora Ready to Shoot, numa produção para a Netflix, pelo impacto negativo que estas filmagens – oito noites seguidas e dois dias – causarão na qualidade de vida, no direito ao descanso e tranquilidade e no direito à mobilidade dos moradores das zonas contempladas". 

Esta junta de freguesia alberga as zonas de Alfama, Baixa, Castelo, Chiado e Mouraria.

"Estas filmagens, previstas para o mês de julho próximo, no horário compreendido entre as 18h e as 8h do dia seguinte, durante as já referidas oito noites seguidas, recorrendo a efeitos de fogo, armas de fogo, colisões entre automóveis, perseguições com automóveis e motociclos, perseguições de motociclos pelas escadas e escadinhas dos bairros e outros diversos efeitos especiais na Baixa, Chiado e Mouraria, não deixarão de provocar um grande incómodo para a população residente, sobretudo para as famílias com crianças e para os idosos", alerta o executivo liderado por Miguel Coelho. "Está em causa o direito ao descanso dos moradores, assim como os direitos de circulação, acesso e estacionamento, em consequência da ocupação massiva que as filmagens acarretam."

O presidente da junta lamenta que Carlos Moedas "tenha já manifestado o seu entusiasmo pela sua realização, sem primeiro conhecer a opinião ou parecer da Junta de Freguesia", e que só a Câmara Municipal de Lisboa pode "impedir estas filmagens tal como estão previstas". 

"A Junta de Freguesia de Santa Maria Maior está disponível para encontrar uma solução razoável, mas não para assumir uma postura de subserviência a tudo o que vem proposto pelos diversos 'impérios culturais da moda'", indica o comunicado. "O Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, não pode deixar de manifestar publicamente o seu desagrado com a transformação da freguesia num 'estúdio cinematográfico'. Naturalmente, esta Junta estará disponível para trabalhar no sentido de encontrar uma solução aceitável e com menor impacto negativo para as pessoas."
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