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CDS-PP: Moção de censura contra Governo “com tiques autoritários”

20 de fevereiro de 2019 às 07:00
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À SÁBADO, o líder parlamentar Nuno Magalhães afirma que a moção de censura que será chumbada no Parlamento é dedicada ao "português comum".

Esta quarta-feira, será votada a segunda moção de censura aoGovernodeAntónio Costano Parlamento. Interposta peloCDS-PP, tem chumbo garantido mas apoio do PSD. Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS, afirma àSÁBADOque a moção é dedicada ao "português comum".

E quem é? "É a pessoa que não sai de casa devido à insegurança, que sente que os polícias são desautorizados, que a Justiça não funciona e está distraída quanto a casos de violência doméstica, devido a um Governo perdido e baralhado", descreve. "Não é a direita que está a tomar as dores dos sindicatos, mas do português comum. O Governo deixou de governar para os portugueses e passou a fazê-lo para os que julga serem seus."

O líder parlamentar centrista critica um Governo que passou a ser "uma direção de campanha do PS para as próximas eleições", "até com tiques autoritários que já vimos noutros tempos de PS em que quem não estava com eles, estava contra eles".

Para Magalhães, a guerra entre os enfermeiros e o Governo revela uma "atitude que é o motivo de censura". "O Governo decretou o fim da austeridade, criou falsas expectativas e quando as pessoas o confrontaram com o embuste a que foram sujeitas, perceberam que a austeridade não tinha acabado" – o que originou 112 pré-avisos de greve desde 1 de janeiro, a que se acrescentam os 260 emitidos em 2018.

"É um Governo arrogante fechado em si próprio que deixou de governar. O pais só beneficiaria com eleições", frisa Nuno Magalhães.

Cristas deseja que Governo caia

"Gostávamos mesmo de eleições", admitiu Assunção Cristas em declarações aos jornalistas esta terça-feira, após um almoço, num hotel de Lisboa, da associação de amizade Portugal-EUA, em que, por três vezes, afirmou que o "Governo está esgotado" e está "transformado numa verdadeira direção de campanha do PS", após a remodelação de domingo.  

Para Cristas, "este governo deveria cessar já" e os partidos da esquerda, que têm dado apoio ao executivo, PCP, BE e PEV, "se fossem consistentes", deveriam apoiar a censura ao Governo na quarta-feira ou optar por "uma moção alternativa" à do CDS-PP.  

"Se as esquerdas fossem consistentes com o que dizem todos os dias, na rua e no parlamento, ou votariam esta moção ou apresentariam uma moção alternativa à do CDS, mas com o mesmo efeito, que seria derrubar o Governo", afirmou. 

A líder do CDS-PP justificou a moção de censura, apresentada na sexta-feira, com "o esgotamento" do Governo, "incapaz de encontrar soluções" para o país e de só estar a pensar "nas próximas eleições". 

Esta será a segunda moção de censura ao Governo minoritário do PS, chefiado por António Costa. A primeira moção de censura também foi apresentada pelos centristas, em outubro de 2017.

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