Abusos. Orientador espiritual de Ventura é um dos padres suspensos em Lisboa

Abusos. Orientador espiritual de Ventura é um dos padres suspensos em Lisboa
Ana Bela Ferreira 23 de março
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Mário Rui Pedras, prior de São Nicolau, diz-se vítima de calúnias e aponta o dedo a denúncia anónima. Escreveu carta aos fieis a dar conta da suspeição que sobre si recai e garantiu que vai reclamar a inocência na justiça.

O padre Mário Rui Pedras, responsável pela Igreja de São Nicolau e Santa Maria Madalena, é um dos quatro sacerdotes afastados das atividades públicas pelo Patriarcado de Lisboa por os seus nomes constarem da lista de alegados abusadores sexuais entregue pela Comissão Independente. Afastado na segunda-feira, Mário Rui Pedras, que é também orientador espiritual do líder do Chega, André Ventura, entregou ontem aos paroquianos uma carta onde defende a sua inocência.

Natália Ferraz/Correio da Manhã
Na missiva, o sacerdote começa por dizer que foi informado no dia 20 de que o seu nome constava da lista. "A notícia assim transmitida chocou-me profundamente. Quero dizer-vos que essas imputações são totalmente falsas", garante.

Segundo descreve, o denunciante refere ter sido vítima de Mário Rui Pedras "na década de 90, quando frequentava o 8º ano, num colégio da periferia de Lisboa". O que leva o sacerdote a sublinhar que: "Ao longo da minha vida sacerdotal não pratiquei o que quer que fosse de censurável, seja pelo prisma da lei canónica, pelo prisma da lei civil ou da ética comportamental".

"Ciente" da sua "absoluta inocência", Mário Rui Pedras explica ainda que foi o próprio que se colocou "à disposição do Patriarca de Lisboa, para que tomasse as medidas cautelares que entendesse adequadas, no âmbito da investigação prévia que agora se iniciará e dos procedimentos que se lhe sigam".

Padre há 41 anos, o prior sublinha estar a ser vítima de "uma denúncia anónima, falsa, caluniosa, sem qualquer elemento útil ou prestável para investigação". Uma denúncia que "não dá a conhecer a identidade de quem a haja feito; não refere o nome da inventada vítima (quem denunciou anonimamente poderia indicar um qualquer nome); não se indica o local onde os falsos abusos teriam sido perpetrados; não fornece qualquer pista para levar a cabo uma investigação, referindo, por exemplo, o nome de potenciais testemunhas que tivessem algum conhecimento sobre o tema".

Admitindo estar numa "situação delicada" por causa desta "calúnia", o padre anuncia que vai "fazer tudo" o que estiver ao seu alcance "para desmascarar" quem o difamou. "Restaurando a minha honra, agora visada, livrando-a de qualquer mácula
ou suspeita."
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