Sábado – Pense por si

Confrontos tribais na Papua Nova Guiné fazem 26 mortos

Luana Augusto
Luana Augusto 19 de fevereiro de 2024 às 11:55
As mais lidas

Tribo foi alvo de uma emboscada. Autoridades tiveram que intervir para parar massacre.

Pelo menos 26 pessoas morreram durante o que as autoridades locais acreditam ter sido o maior massacre da história recente no norte da Papua Nova Guiné, no domingo (18 de fevereiro). A informação, avançada pela emissora estatal australiana ABC, e citada pela polícia local, dá conta de uma alegada emboscada de uma tribo, na província de Enga.

Video Obtained by Reuters/via REUTERS

De acordo com o comandante da polícia local, George Kakas, uma das tribos estaria juntamente com os seus aliados a preparar-se para atacar outra tribo, quando caiu numa emboscada dos adversários. O momento, mostrado em imagens e vídeos de violência extrema, levou a que fossem encontrados corpos por cima de arbustos, que foram levados em carrinhas da polícia.

"Começámos a recolher os cadáveres, espalhados por todo o campo de batalha, pelas estradas, pelas margens do rio e eles foram carregados em camiões da polícia e levados ao hospital". No entanto, "alguns cadáveres ainda estão nos arbustos e ainda não foram recuperados pelas tribos vizinhas", informou George Kakas.

Os combates só terminaram com a intervenção das autoridades, que foram enviadas para a região após a escalada de violência. Segundo George Kakas, os polícias que responderam à ocorrência ficaram "devastados". "Esta é de longe a maior [matança] que já vi em Enga, na Papua Nova Guiné. A polícia e as forças de defesa tiveram que fazer o seu melhor para acabar com a situação por sua própria conta e risco."

Após o sucedido, o primeiro-ministro da Papua-Nova Guiné, James Marape, pediu para que as tribos pusessem um fim à utilização das armas. "Deponham as armas, permitam que as disputas sejam resolvidas. Um assassinato, dois assassinatos não resolvem o problema. Contribuem para mais problemas", esclareceu ao dizer que está "profundamente comovido, muito preocupado e muito zangado".

Esta não é a primeira vez que são desencadeados conflitos entre tribos na região. Em 2023 a mesma província foi colocada em recolher obrigatório, depois de um surto de violência que resultou na morte de mais de 60 pessoas. Na altura, o incidente ganhou tanta atenção internacional que foram até divulgados vídeos nas redes sociais de imagens perturbadoras que mostravam homens amarrados e a serem arrastados por camiões, enquanto espectadores aplaudiam.

Neste país no Oceano Pacífico, na Oceânia, vivem centenas de tribos, muitas delas em territórios inóspitos e remotos.

Artigos Relacionados
Editorial

Só sabemos que não sabemos

Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres