"Mantemos uma embaixada em Caracas e as autoridades com que falamos são as que têm o poder de facto, as que dominam o aparelho de segurança e defesa", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros durante uma audição parlamentar.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, insistiu esta quarta-feira que o reconhecimento de Portugal ao presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, é político, mas que as autoridades com quem o ministério fala são as que têm poder de facto.
"Mantemos uma embaixada em Caracas e as autoridades com que falamos são as que têm o poder de facto, as que dominam o aparelho de segurança e defesa", afirmou Augusto Santos Silva durante uma audição parlamentar.
"Também reconhecemos o embaixador da Venezuela cá e ele foi nomeado pelas autoridades com poder de facto", ou seja, pelo Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, acrescentou, explicando que o primeiro objetivo de Portugal é resolver os problemas e defender a comunidade portuguesa na Venezuela.
"Fizemos um reconhecimento político, em janeiro de 2019, de que o presidente da Assembleia é a pessoa que está em condições de desencadear o processo de [novas] eleições", referiu, acrescentando que grande parte da comunidade internacional, incluindo Portugal, defende que sejam realizadas novas eleições.
Santos Silva adiantou também que, neste momento, o atrito com a Venezuela, que tem por base os voos da TAP para aquele país, está a ser resolvido através dos canais diplomáticos.
O Governo venezuelano acusou a companhia aérea portuguesa de ter violado "padrões internacionais", por alegadamente ter permitido o transporte de substâncias explosivas e por ter ocultado a identidade do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, num voo para Caracas, e decidiu suspender por 90 dias os voos da TAP para a Venezuela.
"A partir do momento em que essa decisão foi tomada, Portugal ativou os canais diplomáticos para conseguir um objetivo que é levantar a suspensão", garantiu o ministro à saída da comissão parlamentar.
"Não posso garantir que o seja porque essa é uma decisão das autoridades venezuelanas, mas posso garantir que farei tudo -, aliás, já estou a fazer - com todos os meios diplomáticos ao meu dispor para que a suspensão seja levantada", reforço Santos Silva.
"Ainda anteontem [segunda-feira] reuni com o meu colega venezuelano e outras diligencias diplomáticas foram feitas antes e outras continuarão a ser feitas", contou, sublinhando que "agora é o tempo da diplomacia".
A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) publicou um relatório, na semana passada, no qual iliba a TAP e o aeroporto de Lisboa de violação das regras de segurança no caso do voo para a Venezuela, segundo o Ministério da Administração Interna.
O ministro da Administração interna, Eduardo Cabrita, recebeu no sábado o relatório da IGAI sobre os procedimentos de segurança, considerando que "são muito claros ao indicar que, no aeroporto de Lisboa, na atuação quer das autoridades aeroportuárias, quer da companhia aérea TAP, não houve nenhuma violação de regras de segurança".
Segundo o Governo venezuelano presidido por Nicolas Maduro, o tio de Guaidó, Juan Marquez, que acompanhava o sobrinho nesse voo, transportou "lanternas de bolso táticas" que escondiam "substâncias químicas explosivas no compartimento da bateria".
Assim, as autoridades venezuelanas consideram que a TAP, nesse voo entre Lisboa e Caracas, violou normas de segurança internacionais, permitindo explosivos, e também ocultou a identidade do autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, na lista de passageiros, embora a segurança aeroportuária não seja da responsabilidade das companhias transportadoras.
Venezuela: Santos Silva diz que Portugal reconheceu Guaidó politicamente mas fala com governo de facto
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