A morte de Charlie desencadeou tentativas de despedimento para todos os que fizeram piadas ou comemoraram a morte do influencer conservador.
Durante vários anos utilizadores das redes sociais norte-americanos usavam a palavra "snowflake" (floco de neve) como um insulto para aqueles que se insurgiam com "micro-agressões" ou com discursos mais inflamados. Um exemplo: alguém que se insurgisse com um insulto a uma minoria era considerado um "snowflake". E os "snowflakes" eram, por norma, de esquerda e mais liberais enquanto os "duros" eram da direita mais conservadora. Mais tarde surgiu o insulto "woke" que era atirado para aqueles que tentavam banir a utilização de palavras com potencial ofensivo para determinados grupos. Hoje em dia assiste-se a uma mudança de paradigma em que quem se ofende com palavras são aqueles que antes lutavam contra o "wokismo" e a "censura social". Há analistas que afirmam que está a despontar o "wokismo de direita". E o comandante desta horda é o próprio presidente norte-americano.
Discussão sobre "wokismo de direita" após a morte de Charlie Kirk
Apesar de o conceito de "wokismo de direita" estar a ser utilizado desde junho, ganhou um novo fôlego depois da morte do influenciador de direita ultraconservador Charlie Kirk ter sido assassinado, a 10 de setembro deste ano. Como acontece sempre que morre um famoso, as redes sociais encheram-se de lamentos (e vídeos do momento em que a bala acertou em Kirk), condolências à família e piadas. Aconteceu quando morreu Jimmy Carter, quando morreu Robert Redford e, claro, também aconteceu quando morreu Charlie Kirk. Mas a reação nos círculos mais conservadores foi diferente do que aconteceu nas restantes.
Muitas das pessoas que fizeram piadas com a morte de Kirk ou que celebraram a mesma receberam mensagens de apoiantes de Donald Trump e Kirk a dizer que iriam enviar aquelas publicações para as suas entidades empregadoras, para que fossem tomadas medidas contra os utilziadores. Esta campanha contra aqueles que celebraram a morte de Kirk chegou a esferas mais altas com conservadores de renome a encorajarem os seus seguidores a denunciarem aqueles que celebravam e às empresas que despeçam os funcionários que tivessem publicado contra Charlie Kirk durante o período de luto.
A direita norte-americana encetou então um discurso sobre liberdade de expressão. De um lado os que defendiam que era aceitável fazer piadas até sobre temas como a morte de um dos principais líderes da juventude conservadora dos Estados Unidos e aqueles que consideram que existem limites à liberdade de expressão. E o limite parece ser a morte de "um dos nossos". Logo após a morte de Charlie Kirk, a 10 de setembro, foi criado o site “Expose Charlie’s Murderers” (Exponha os assassinos de Charlie, em Português), que na segunda-feira foi renomeado como “Charlie Kirk Data Foundation” (Fundação de dados Charlie Kirk) e refere que recebeu mais de 70 mil denúncias anónimas de “extremismo político” contra o ativista político.
JD Vance, o vice-presidente dos EUA, apoiou uma campanha de “doxing”, termo utilizado para a prática de pesquisar e tornar públicos dados privados de um indivíduo ou organização: “Não acreditamos em violência política, mas acreditamos em civilidade, e não há civilidade na comemoração de um assassinato político”.
Mas o discurso da "censura" chegou à Casa Brana, e Donald Trump defendeu a suspensão de um programa de televisão já que Jimmy Kimmel fez um comentário sobre a morte de Kiurk que não agradou ao presidente norte-americano. E anteriormente tinha sido o diretor da Comissão Federa para as Comunicações, Brendan Carr, ter sugerido que a sua agência podia tirar a licença de transmissão da ABC por Kimmel ter insinuado que o alegado assassino de Kirk ser um apoiante de Trump.
Nos EUA, vários políticos e figuras influentes manifestaram-se contra esta decisão e mostraram preocupação com uma possível política de silenciamento levada a cabo pelo governo. Citado pelo jornal The Guardian, o senador democrata Chris Murphy afirmou que este era o início de uma campanha para “usar o assassinato de Charlie Kirk como pretexto para usar o poder da Casa Branca para eliminar os críticos de Trump e os seus oponentes políticos”. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, lamentou a situação na rede social X e afirmou que o Partido Republicano “não acredita em liberdade de expressão”.
Em julho, depois do cancelamento do The Late Show, Donald Trump celebrou esta decisão na própria sua rede social, a Truth Social: “Adoro que o Stephen Colbert tenha sido despedido. Ouvi dizer que o Jimmy Kimmel é o próximo, é ainda menos talentoso”.
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