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Quem era Charlie Kirk, o conservador pró-Trump morto a tiro nos EUA?

Luana Augusto
Luana Augusto 10 de setembro de 2025 às 22:40
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Influenciador de 31 anos, que morreu depois de ter sido baleado num evento, promoveu teorias da conspiração e em entrevistas a canais de televisão chegou a falar do caso Epstein.

O ativista conservador, Charlie Kirk, (10) depois de ter sido baleado no pescoço enquanto discursava num evento na Universidade Utah Valley, Estados Unidos.

Charlie Kirk discursa num evento na Universidade Utah Valle
Charlie Kirk discursa num evento na Universidade Utah Valle Tess Crowley/The Deseret News via AP

Tudo aconteceu por volta das 13h locais (20h de Lisboa), quando um tiro foi disparado a partir de um edifício do campus, localizado a 180 metros de distância de Kirk. O momento foi até captado em vídeos partilhados nas redes sociais.

A universidade chegou a informar que as autoridades haviam detido um suspeito, mas depois voltou atrás e corrigiu que afinal nenhuma pessoa havia sido detida.

Quem era Charlie Kirk?

Kirk nasceu em 1993, num bairro rico de Chicago, e foi no ensino secundário, quando conheceu Rush Limbaugh - uma das principais vozes conservadoras - que se começou a interessar-se pelo conservadorismo.

Foi com 18 anos, depois de ter sido rejeitado pela Academia Militar de West Point, que decidir fundar a Turning Point USA - uma organização conservadora estudantil e, ao que tudo indica, a "maior do país". Segundo a imprensa americana, as receitas deste grupo passaram de 4,3 milhões de dólares (€3,6 milhões), em 2016, para 92,4 milhões (€78,9 milhões), em 2023, sendo que grande parte deste dinheiro provinha de doações.

Só posteriormente é que Kirk se tornaria uma voz influente no universo Make America Great Again, slogan de campanha do atual presidente Donald Trump. Em 2020 fez até um discurso inaugural na convenção nacional do Partido Republicano.

Com 31 anos, Kirk era um forte apoiante do presidente dos EUA. Aliás, foi ele quem promoveu a teoria da conspiração sobre uma suposta fraude nas eleições presidenciais norte-americanas, em 2020. Além disso, era um entusiasta das manifestações, que resultaram na invasão ao Capitólio a 6 de janeiro de 2021.

O influenciador era também conhecido pelos seus discursos extremistas. Aparecia regularmente em canais de televisão para partilhar as suas opiniões sobre diversos temas: em diversas ocasiões falou sobre o caso Epstein e mostrou o seu lado negacionista em relação às alterações climáticas. Segundo o jornal The Guardian, o seu grupo chegou até a pagar por publicidades nas redes sociais que continham informações falsas sobre a vacinação.

Além disso, Kirk era apresentador do popular podcast The Charlie Kirk Show e autor de três livros, incluindo de The Maga Doctrine: The Only Ideas that Will Win The Future (em português, "A Doutrina MAGA: As Únicas Ideias que Conquistarão o Futuro").

Era casado e tinha dois filhos.