O Comité Público Contra a Tortura em Israel relatou o caso de dois civis que nunca chegaram a ser acusados de qualquer crime.
Israel mantém dezenas de palestiniano isolados numa prisão subterrânea, onde nunca veem a luz do dia, não têm acesso a uma alimentação adequada e são impedidos de receber notícias do mundo exterior, incluindo as vindas das suas famílias.
Prisão israelita mantém palestinianos sem acusação e sem acesso à luz solarAP Photo/Mahmoud Illean, File
Estas revelações foram feitas por uma investigação do jornal britânico The Guardian que avançou ainda a existência de pelo menos dois civis presos durante meses sem qualquer acusação formal ou julgamento, um enfermeiro e um comerciante. Os dois homens descreveram ter sido vítimas de espancamentos e violência frequentes.
A prisão de Rakefet foi inaugurada no início da década de 1890 com o objetivo de serem para lá enviados os criminosos mais perigosos do país, mas foi fechada alguns anos depois por alegações de tratamentos desumanos. O ministro da Segurança Itamar Ben-Gvir ordenou a sua reabertura após o ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023.
Inicialmente a prisão foi projetada para ser um centro de alta segurança, capaz de abrigar um pequeno número de detidos em celas individuais. Na altura em que foi fechada encontravam-se lá 15 homens e nos últimos meses foram para lá enviados cem, segundo os dados do Comité Público Contra a Tortura em Israel (PCATI).
Tal Steiner, diretor executivo do PCATI, referiu que as condições em que os palestinianos são mantidos são “intencionalmente horríveis” e os ex-detidos detalharam violações sistémicas do direito internacional. Steiner explica que manter as pessoas no subsolo tem “implicações extremas” para a saúde psicológica e física: “É muito difícil permanecer íntegro quando se é mantido em condições tão opressivas e difíceis”. Além disso funções biológicas básicas ficam bastante afetadas, desde os ritmos circadianos necessários para o sono até à produção de vitamina D.
Ben-Gvir tinha referido anteriormente que a prisão estava a ser reabilitada para abrigar combatentes do Hamas da classe Nukhba – que significa elite - responsáveis pelos massacres do 7 de Outubro, assim como combatentes das forças especiais do Hezbollah capturados no Líbano.
Dados confidenciais israelitas citados pelo The Guardian indicam que a maioria dos palestinianos que foram feitos em prisioneiros em Gaza desde 2023 eram civis
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