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Refém israelita relata abusos sexuais em cativeiro: "Rezei a Deus e pedi-lhe 'tira-me daqui'"

Isabel Dantas 06 de novembro de 2025 às 13:16
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Rom Braslavski foi raptado a 7 de outubro de 2023 e libertado dois anos depois

Um refém israelita recentemente libertado contou a um canal de televisão do país que foi vítima de agressões sexuais enquanto esteve detido em Gaza. Rom Braslavski foi raptado a 7 de outubro de 2023 pela Jihad Islâmica (aliada do Hamas), no festival de música 'Nova', onde era segurança, tendo sido mantido em cativeiro durante praticamente dois anos.

Rom Braslavski num outdoor em que se pedia a libertação dos reféns
Rom Braslavski contou detalhes do que se passou em cativeiro
Rom Braslavski num outdoor em que se pedia a libertação dos reféns
Rom Braslavski contou detalhes do que se passou em cativeiro

"Despiram-me completamente, tiraram toda a minha roupa, a roupa interior, tudo” contou Braslavski, emocionado, ao programa Hazinor do Canal 13 israelita. “Estava completamente nu. Estava exausto, cheio de fome. Rezei a Deus e pedi-lhe ‘salva-me, tira-me daqui!’ Ficas a pensar 'que raio está a acontecer?’”

Trata-se do primeiro refém do sexo masculino a admitir ter sido agredido desta forma. “Foi violência sexual e o principal objetivo era humilhar-me. Era destruir a minha dignidade e foi exatamente isso que ele [o agressor] fez. É difícil falar especificamente sobre o que aconteceu, não quero...”, prosseguiu Braslavski, de 21 anos. 

Os raptores chegaram a divulgar imagens de Braslavski no início do ano, mas estava tão magro que o pai não o reconheceu. "É difícil. Foi uma coisa horrível”, disse o ex-refém, ainda sobre o abuso sexual que diz ter sofrido. "Só rezava a Deus para que aquilo parasse. E enquanto lá estive, a cada dia, a cada espancamento, dizia para mim mesmo 'sobrevivi a mais um dia no inferno. Amanhã de manhã vou acordar aqui outra vez noutro inferno. E outro inferno, e mais outro... Nunca mais acaba!' 

Outros reféns (mulheres) alegaram ter sido vítimas de abusos sexuais enquanto estiveram em cativeiro, mas o grupo palestiniano negou sempre.

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