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Quando o regime do Irão exporta assassinatos

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 08 de dezembro de 2023 às 18:00

O atentado a tiro a um político espanhol em Madrid, no início do mês passado, pode ser mais um caso de uma longa lista de mortes por encomenda do regime iraniano em solo estrangeiro: na última década foram mais de 60. A tática ilustra uma tendência global, cada vez mais forte, para a eliminação física de adversários além-fronteiras.

Alejo Vidal-Quadras estava a pé no bairro de Salamanca, um dos mais ricos de Madrid, quando uma mota passou por ele. Em plena luz do dia, o homem no lugar do pendura disparou duas vezes sobre a cara do político espanhol de 78 anos. Vidal-Quadras – que foi vice-presidente do Parlamento Europeu e uma figura sénior no Partido Popular na Catalunha até se virar para o populista Vox – sobreviveu e não perdeu tempo a apontar o culpado: o Irão. O político tem uma ligação de 25 anos à oposição iraniana no exílio e o ano passado foi posto numa lista de sanções com que o regime de Teerão retaliou contra sanções da União Europeia. “Deixem-me lembrar-vos [dos métodos] que o regime iraniano usa para impor a sua vontade maligna sobre nós”, escreveu numa declaração para ser lida a deputados europeus numa conferência organizada pela oposição a Teerão, citada pela Reuters.

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