Sábado – Pense por si

Putin sugere que o governo da Ucrânia seja entregue à ONU

Gabriela Ângelo
Gabriela Ângelo 28 de março de 2025 às 18:28
As mais lidas

Esta é a mais recente tentativa do presidente russo desafiar a legitimidade do governo de Kiev, liderado por Volodymyr Zelensky desde 2019.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sugeriu esta sexta-feira que a Ucrânia deveria ser temporariamente colocada sob controlo da Organização das Nações Unidas (ONU) para eleger um governo "mais competente". 

REUTERS/Maxim Shemetov/Pool

A Ucrânia respondeu a estas proposta apelidando-a de "maluca" e feita com o intuito de atrasar o avanço e o desenvolvimento do acordo de paz entre as duas nações, algo que está a ser feito com a ajuda do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Já a Casa Branca insistiu que o governo ucraniano deve ser eleito pelo seu próprio povo. 

No entanto, a Rússia apresentou uma lista de condições, incluindo o levantamento de algumas sanções ocidentais, o que suscitou a preocupação de que Moscovo estivesse a tentar atrasar qualquer hipótese ou acordo de um cessar-fogo. 

Numa conversa com a tripulação de um submarino nuclear na cidade de Murmansk, no norte da Rússia, Putin disse que uma administração temporária sob a ONU poderia ser discutida "com os Estados Unidos, com os países europeus e, claro, com os nossos parceiros e amigos".

O líder russo explicou que "isto teria como objetivo realizar eleições democráticas, colocar no poder um governo capaz em que o povo confiasse e, em seguida, iniciar com ele conversações sobre um acordo de paz e assinar documentos legítimos". 

Em resposta aos comentários de Putin, o chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, disse que a Rússia estava a tentar impedir qualquer movimento em direção à paz, querendo continuar com a guerra.

Mais tarde, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, tentou esclarecer os comentários do presidente, dizendo que eram uma resposta a indicações de uma "perda de controlo" por parte de Kiev. Disse também que as forças armadas ucranianas não estavam a obedecer às ordens dos dirigentes e que continuavam a atacar as infraestruturas energéticas russas.

Os comentários de Putin surgem numa altura em que os EUA estão a intermediar um cessar-fogo permanente à guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que entrou em fevereiro no seu terceiro ano, e depois de uma reunião quinta-feira (27) onde o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a França e o Reino Unido estão a apresentar planos para a criação de uma "força de segurança" na Ucrânia.

Artigos Relacionados
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.

Visto de Bruxelas

Cinco para a meia-noite

Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.