A Rússia exigiu o levantamento das sanções agrícolas para cumprir a trégua no Mar Negro.
Os Estados Unidos anunciaram esta terça-feira, 25, um acordo com as delegações ucraniana e russa para uma trégua dos combates no mar Negro, no âmbito das negociações na Arábia Saudita sobre o conflito na Ucrânia.
Foi inicialmente anunciado pela Casa Branca que os dois países concordaram "garantir a segurança da navegação, eliminar o uso da força e impedir o uso de embarcações comerciais para fins militares no mar Negro" no entanto logo a seguir a Rússia colocou o levantamento das sanções ocidentais impostas ao setor agrícola como condição para a cessação das ações militares no Mar Negro, informou o Kremlin em comunicado.
Estas incluem a reconexão do banco agrícola russo, Rosselkhozbank, ao sistema internacional de transferências bancárias SWIFT, o levantamento das sanções sobre peças sobressalentes e equipamento para maquinaria agrícola e o desbloqueio do serviço a navios mercantes envolvidos na exportação de alimentos e fertilizantes russos.
No comunicado, o Kremlin sublinha que os acordos anunciados por Washington relativos a uma trégua no Mar Negro entre Kiev e Moscovo só entrarão em vigor quando as restrições ocidentais ao comércio de cereais e fertilizantes russos forem "levantadas".
Por outro lado, prosseguiu o Kremlin, Moscovo e Washington congratulam-se com os esforços de "países terceiros" para facilitar a aplicação dos acordos sobre a navegação no Mar Negro e os ataques a instalações energéticas na Rússia e na Ucrânia anunciados pela Casa Branca.
"A Rússia e os Estados Unidos congratulam-se com os bons ofícios de países terceiros para apoiar a implementação de acordos nos domínios energético e marítimo", afirmou a Presidência russa no comunicado, enquanto os europeus continuam a ser mantidos fora das discussões sobre a Ucrânia.
Nos textos emitidos por Washington tinha sido ainda referido que as partes deram o seu acordo para "desenvolver medidas" com vista a proibir os ataques às instalações energéticas russas e ucranianas.
Em relação à Rússia, os Estados Unidos comprometeram-se a ajudar a restaurar o acesso ao "mercado global de exportações agrícolas e de fertilizantes", bem como a facilitar o acesso aos portos e aos sistemas de pagamento destas transações.
Sobre a Ucrânia, a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu "ajudar a concretizar a troca de prisioneiros de guerra, a libertação de civis e o regresso de crianças ucranianas transferidas à força" para território russo.
O Governo norte-americano reiterou a Moscovo e a Kiev a necessidade de "travar os assassínios" como um passo para alcançar uma "paz duradoura", após mais de três anos de guerra, causada pela invasão russa da Ucrânia.
"Os Estados Unidos vão continuar a facilitar as negociações entre os dois lados para alcançar uma solução pacífica, consistente com os acordos alcançados em Riade", declarou ainda a Casa Branca, após as negociações com os representantes de Kiev e Moscovo, que se iniciaram, no domingo, na capital saudita, Riade.
Entretanto, a Rússia exigiu já "garantias claras de segurança" à Ucrânia para retomar a implementação da Iniciativa do Mar Negro, que vigorou no primeiro ano do conflito, em 2022.
A Iniciativa do Mar Negro, uma trégua marítima assinada em junho de 2022 e em vigor durante um ano, com envolvimento das Nações Unidas e da Turquia, permitiu a exportação de milhões de toneladas de cereais e outros produtos alimentares dos portos ucranianos, bloqueados com o início da invasão russa.
REUTERS/Umit Bektas
Notícia atualizada às 17:15 com a contraproposta da Rússia.
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