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Donald Tusk. O homem da “vassoura de ferro” contra o populismo

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 25 de janeiro de 2024 às 08:00

Despediu as chefias das empresas públicas de media, afastou o vice-procurador-geral, prendeu políticos no palácio presidencial. Na Polónia, o primeiro-ministro Donald Tusk está a entrar a pés juntos contra o legado de oito anos de governação dos populistas do PiS. O caminho tem vantagens - e riscos.

"Precisamos de exatamente 24 horas para transformar a TV PiS de volta na TV pública”, prometeu Donald Tusk na campanha das legislativas polacas. Não foram 24 horas, mas quase. Em dezembro passado, uma semana após tomar posse como primeiro-ministro, o seu Governo despediu a gestão da televisão, da rádio e da agência noticiosa públicas. Quando o Lei e Ordem – ou PiS, o partido populista ultraconservador que governou nos últimos oito anos – organizou um protesto nas instalações da TV pública, a nova gestão suspendeu a transmissão do canal televisivo de notícias. E quando o presidente da Polónia, alinhado com o PiS, vetou a lei para financiar o “novo” canal público, Tusk atirou as empresas públicas de media para a insolvência.

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