Neste contexto, diversos analistas têm considerado que o plano norte-americano, ao contrário de constituir uma solução, poderá reacender o conflito israelo-palestiniano.
O plano de paz para o Médio Oriente sugerido pelo Governo dos Estados Unidos será "histórico", consideraram este sábado o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o seu rival Benny Gantz, antes da partida para Washington, onde vão discutir este projeto. O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na quinta-feira que o seu plano de paz, cuja apresentação foi adiada por diversas vezes, vai ser revelado até terça-feira, o dia em que deverá encontrar-se com Netanyahu na Casa Branca.
Um alto responsável israelita disse à agência noticiosa AFP que está previsto para segunda-feira um primeiro encontro Trump-Netanyahu, que será seguido por outra reunião no dia seguinte. "Tenho a esperança de que estejamos no limiar de um momento histórico para o nosso Estado", declarou Netanyahu em comunicado, numa referência ao projeto norte-americano.
"Uma oportunidade de sorte apenas ocorre uma vez na história e não podemos desperdiçá-la (…). Tenho a esperança de que estejamos à beira de um momento histórico para o nosso Estado", acrescentou. "Hoje, temos na Casa Branca o maior amigo de Israel de todos os tempos, e assim a maior oportunidade que tivemos até ao presente", acrescentou o primeiro-ministro israelita numa referência ao plano, já rejeitado pelos palestinianos ao acusarem a administração norte-americana de ser "demasiado pró-israelita".
Em junho, os EUA apresentaram as grandes linhas económicas do seu plano, que prevê cerca de 50 mil milhões de dólares (45,2 mil milhões de euros) de investimentos internacionais em dez anos nos territórios palestinianos e nos países árabes vizinhos. No entanto, os detalhes concretos deste projeto e o seu eventual roteiro político permanecem motivo de especulações.
Benny Gantz, antigo chefe das Forças Armadas israelitas que agora lidera a oposição israelita e de novo o principal rival de Netanyahu nas legislativas de março, deve também deslocar-se à capital federal dos EUA para estas conversações, das quais os palestinianos dizem não ter sido convocados. "Mantive numerosos encontros e discussões sobre o ‘plano de paz’ com conselheiros do Presidente, responsáveis da Casa Branca e o meu amigo e embaixador [norte-americano em Jerusalém] David Friedman (…). O conteúdo das nossas conversas tal como os detalhes do plano vão permanecer de momento secretos", declarou hoje Gantz em Telavive.
"Mas posso dizer que o ‘plano de paz’ concebido pelo Presidente Trump vai ficar na história como um marco importante e que permitirá a diferentes atores no Médio Oriente seguirem por fim em frente, com um acordo regional histórico", acrescentou Gantz, que deve encontrar-se com Trump na segunda-feira em Washington. No entanto, na quinta-feira, o porta-voz do presidente palestiniano Mahmud Abbas considerou que "o ‘acordo do século’ que o Presidente Trump pode anunciar já está morto", na sequência do encontro que Abbas manteve na Cisjordânia com o Presidente russo, Vladimir Putin.
"Rejeitamos tudo o que a administração Trump fez até ao momento (…). A nossa posição é clara: Israel deve pôr termo à ocupação das terras palestinianas em vigor desde 1967", acrescentou Nabil Abu Roudeina. A colonização da Cisjordânia ocupada e a anexação de Jerusalém-leste por Israel tem sido promovida por todos os governos israelitas desde 1967, mas foi acelerada nos últimos anos sob o impulso do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e do seu aliado em Washington.
O projeto norte-americano também foi rejeitado pelo movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, enclave palestiniano de dois milhões de habitantes separado geograficamente da Cisjordânia e submetido a um bloqueio total pelos israelitas. Neste contexto, diversos analistas têm considerado que o plano norte-americano, ao contrário de constituir uma solução, poderá reacender o conflito israelo-palestiniano.
Netanyahu diz que plano de paz dos Estados Unidos será “histórico”
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