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Musk faz balanço da atividade política: "Ainda não levei um tiro. Esse é o lado bom"

O polémico Elon Musk vai deixar a administração Trump para se dedicar aos negócios, sobretudo à Tesla que atravessa a pior crise de sempre. "A política é um desporto sangrento. Se pudessem carregar num botão para me matar, não tenho dúvida de que o fariam", disse numa entrevista.

"Tem sido um ano, no mínimo, atribulado. Pelo menos ainda não levei um tiro – esse é o lado bom", disse Elon Musk a Lara Trump, nora do presidente Donald Trump, numa entrevista à Fox News, que foi transmitida no sábado, dia 3.

Elon Musk DOGE
Elon Musk DOGE AP Photo/Jose Luis Magana

Depois de ter sido o maior apoiante de Donald Trump à presidência dos EUA, Musk, de 53 anos, foi nomeado "funcionário especial do governo" no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), com a tarefa de reduzir milhões de dólares na despesa federal. Os cortes impostos pelo DOGE, em agências federais, foram recebidos com fortes reações e ações judiciais. Em consequência, as concessionárias da Tesla, empresa de veículos elétricos de Elon Musk, têm sido alvo de protestos e vandalismo. "Houve pessoas a destruir lojas da Tesla e a incendiar carros. Não esperava esse nível de violência", disse a Lara Trump. Em março, já tinha revelado que ele e a sua equipa recebiam ameaças de morte diariamente.

Restaurante futurista

Em poucos meses, Musk destruiu agências e serviços públicos que levaram décadas para serem construídos. A popularidade do magnata norte-americano caiu para níveis recorde, bem como os lucros da Tesla, que sofreram uma queda de 71% durante o primeiro trimestre de 2025. A marca perde terreno numa altura em que os seus concorrentes, Volkswagen, Renault ou BYD ganham espaço no segmento elétrico. 

O empresário já anunciou que irá abandonar as funções governativas para se focar nos seus negócios, já que o seu estatuto temporário de "funcionário especial do governo", se extingue ao fim de 130 dias, ou seja, no final de maio ou no início de junho. Ele tem ideias para vários negócios futuristas. O The New York Times noticiou que Elon Musk apresentou um projeto de um restaurante Tesla retrofuturista na Santa Monica Boulevard, a mítica estrada de 23 km, em Los Angeles, na Califórnia. Com uma estética que lembra um disco voador, saído de um filme dos anos 1950, o complexo combinará uma estação de recarga de veículos elétricos, um cinema ao ar livre e um restaurante aberto a noite toda.

Saudação nazi foi "gesto de amor"

Na entrevista, Lara Trump falou-lhe do facto de ele ter nascido na África do Sul e de ter vivido naquele país durante o período do Apartheid: "Tenho a certeza de viu muitas coisas horríveis. Então, ser chamado de nazi, ser retratado como monstro, deve ser muito difícil para si". Musk explicou que a saudação ao estilo nazi no evento pós-posse de Trump "foi um gesto de amor" e acusou os media de "assassinato de caráter": "Se pudessem apertar um botão para me matar, não tenho dúvida de que o fariam". E acrescentou: "É uma campanha de propaganda implacável. A política é um desporto sangrento. Eles inventam todos os ataques possíveis para destruir a imagem pública de alguém. Nunca fiz mal a ninguém, então é um absurdo dizerem que sou nazi".

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