Os eleitores de Nova Jérsia, Virgínia, Nova Iorque e Califórnia vão escolher governos estaduais, câmaras, assembleias legislativas estaduais e até o processo de redistribuição de distritos eleitorais.
As eleições desta terça-feira nos Estados Unidos marcam um momento decisivo na divisão do país em dois blocos cada vez mais divergentes e podem ajudar a testar a popularidade e aprovação atual de Donald Trump. Em causa estão governos estaduais, câmaras, assembleias legislativas estaduais e até o processo de redistribuição de distritos eleitorais em Nova Jérsia, Virgínia, Nova Iorque e Califórnia.
Eleitores votam em Nova Jérsia, Virgínia, Nova Iorque e CalifórniaAP Photo/Matt Rourke, File
As eleições ocorrem num momento em que os democratas enfrentam a uma crise de popularidade com o índice de aprovação do partido em níveis historicamente baixos de 27%, segundo uma sondagem da NBC News publicada em março. Esta situação é impulsionada pela frustração entre os próprios democratas com a resposta do partido à vitória de Trump em 2024 e pela perceção de que o partido perdeu o contacto com os eleitores comuns.
No entanto em setembro outra pesquisa, do Gallup, demonstrou o que parecem ser sinais de melhorias com os democratas a ultrapassarem os republicanos em questões relacionadas com a gestão da economia. Assim sendo os resultados desta noite podem ser essenciais para verificar em que estado os democratas se encontram, apesar de algumas eleições se realizarem em Estados tradicionalmente democratas. Segundo uma sondagem da CNN, publicada poucos dias antes da eleição, Trump tem agora uma taxa de desaprovação de 63%.
Mamdani, Sherrill e Spanberger
Em Nova Iorque, New Jersey e Virgínia os candidatos republicanos uniram-se à volta de temas como os impostos, habitação, escolas e segurança pública, além do enfase na aversão que os Estados desenvolveram quanto à governação de Donald Trump ao longo do último ano.
Na cidade de Nova Iorque o candidato socialista dos democratas Zohran Mamdani liderou uma campanha baseada em promessas de medidas agressivas nas áreas da habitação, economia e transportes públicos. O muçulmano de 34 anos contou com o apoio de uma coligação popular que possibilitou uma vitória surpreendente nas primárias, no entanto enfrenta agora um cenário fragmentado onde está obrigado a vencer não só ao republicano Curtis Sliwa como à candidatura independente do ex-governador democrata Andrew Cuomo.
Depois de se ter posicionado abertamente a favor da causa palestiniana, Mamdani tem se esforçado para enfatizar os problemas locais na sua campanha, minimizando as guerras culturais nacionais e o impacto da política externa.
Apesar de as sondagens lhe darem uma vantagem considerável, a campanha agressiva que Andrew Cuomo adotou depois de perder as primárias, com uma presença muito grandes nas redes sociais, pode complicar as contas. Donald Trump já ameaçou cortar os fundos federais à cidade caso Mamdani vença e apoiou expressamente Cuomo.
Já no Estado vizinho de New Jersey a corrida está muito renhida entre o congressista democrata Mikie Sherrill e o republicano Jack Ciattarelli. Mikie Sherrill liderou as sondagens durante todo o verão, no entanto no final de outubro já apontavam para a possibilidade de um empate tecnico, apesar do democrata manter uma ligeira vantagem.
Sherrill tem planos para reduzir os impostos sobre a propriedade, melhorar as infraestruturas e tornar a vida no Estado mais acessível enquanto Ciattarelli mantém um estilo mais populista, próximo de Trump e do movimento MAGA, e apresenta uma mensagem de reforma. O republicano está acima de tudo focado em conquistar os indecisos e capitalizar a insatisfação com o governador democrata Phil Murphy, que tem um índice de aprovação de 34%.
A disputa na Virgínia é semelhante, os democratas estão unidos à volta de Abigail Spanberger, ex-congressitas e ex-agente da CIA, que focou a sua campanha na acessibilidade financeira, passando pela redução dos custos da energia e da saúde. No entanto a democrata beneficia ainda de o Estado ter sido um dos mais criticados por Donald Trump desde que este chegou à Casa Branca e grande parte dos trabalhadores do governo federal estarem insatisfeitos com essa situação. Do lado republicano está Winsome Earle-Sears, atual vice-governadora do Estado.
As sondagens realizadas no final de outubro também não vantagem à democrata, por cerca de 10 ponto percentuais. A Virgínia vai votar também para os cem lugares na Câmara dos Deputados, para a qual os democratas parecem ter uma vantagem de cerca de oito pontos percentuais, no entanto as eleições para o vice-governador e procurador-geral estão mais concorridas.
Califórnia tenta redesenhar os distritos eleitorais
Uma das votações mais importantes que vai decorrer esta semana não tem como objetivo escolher uma pessoa mas sim aprovar, ou não, uma proposta.
Gavin Newsom, governador da Califórnia, pretende que a Proposta 50 seja aprovada para que os distritos eleitorais sejam redesenhados substituindo temporariamente a comissão independente da Califórnia por mapas elaborados pelos democratas.
Além do governador do Estado também Barack Obama, Kamala Harris, Alexandria Ocasio-Cortez e George Soros apoiaram publicamente – e financeiramente – a campanha para o “sim”.
As sondagens dão a entender que a proposta será aprovada e que Gavin Newsom, um dos rostos em ascensão entre os democratas, vai conseguir pressionar Trump aplicando a mesma medida que o presidente republicano aplicou no Texas, mas para beneficiar os republicanos.
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