Mais uma mulher diz ter sido violada por Andrew Tate

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Diogo Barreto 07 de junho
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Processo judicial no Reino Unido já conta com quatro testemunhas que dizem ter sido agredidas física e sexualmente pelo antigo lutador de kickbox entre 2013 e 2016.

A queixa civil contra o influenciador misógino Andrew Tate conta agora com quatro testemunhas, tendo-se juntado mais uma alegada vítima ao processo esta terça-feira. A vítima refere ter sido abusada sexual e fisicamente por Tate.

Inquam Photos/Octav Ganea via REUTERS
A nova testemunha afirma que o antigo campeão de kickbox a sufocou e violou depois de se terem conhecido em Luton, no Reino Unido, em 2014. Na altura a mulher tinha 21 anos e estava na universidade. Tinha ido sair à noite na cidade natal de Tate quando conheceu o lutador. "A princípio ele foi muito simpático e charmoso e acabei por ir para casa com ele", contou a mulher, reconhecendo ter aceitado ter relações sexuais com o homem. "Mas enquanto estávamos a fazer sexo, ele começou a sufocar-me e fê-lo de tal forma que perdi a consciência. Pensei mesmo que ia morrer. Quando acordei, ele continuava a violar-me", informou a mulher, citada pelo jornal The Guardian. "É difícil admiti-lo, mas foi assim que aconteceu", acrescentou, afirmando ainda que depois das agressões de que diz ter sido alvo "entrou em negação". "Era jovem e acho que me culpei um bocado a mim mesma." 

Em abril três mulheres uniram-se para um processo civil e querem levar o antigo lutador a tribunal. Foi ao ler o testemunho das outras alegadas vítimas que esta quarta se decidiu juntar ao processo, afirmando ter sido inspirada por estas mulheres "corajosas o suficiente para falarem publicamente sobre o Tate". As quatro mulheres que se juntaram ao processo civil terão sido abusadas entre 2013 e 2016, no Reino Unido. 

"Espero que a minha história ajude outras mulheres a fazerem o mesmo porque é mais fácil falar quando te apercebes que não estás sozinha", revela a mulher que acrescenta ainda que nos últimos anos se tornou impossível ignorar Tate, já que ele "está em todo o lado". Nos últimos dois anos, Tate foi uma das pessoas mais mediáticas, muito em parte devido aos seus seguidores, na maioria jovens que procuram emular o sucesso do antigo lutador, criando vídeos a partir das suas respostas em entrevistas e divulgando os mesmos nas redes sociais, como o TikTok (este comportamento é incentivado por Tate no curso online que vende).

A firma de advogados McCue Jury & Partners afirma que o objetivo deste processo civil é procurar "justiça, responsabilização e compensações para as vítimas de Tate", bem como motivar uma investigação criminal no Reino Unido aos crimes cometidos pelo influenciador. O suspeito mora atualmente na Roménia onde está a ser investigado por tráfico humano e os advogados querem vê-lo ser julgado também no Reino Unido.

Foi lançada uma campanha para ajudar suportar os custos dos advogados. Em 500 doações já foram angariadas 15 mil libras (cerca de 17,4 mil euros).

Tate está atualmente em prisão domiciliária no âmbito de uma investigação por violação, tráfico humano e crime organizado. Tanto o lutador como o irmão negaram todas as acusações.

A semana passada, Tate deu uma entrevista à BBC onde afirmou  que todas as acusações contra si são falsas, que as testemunhas não são verdadeiras e que é vítima de uma conspiração criada "pela Matrix" que tira as suas afirmações de contexto e que não percebe piadas. Durante a entrevista, a jornalista questionou Tate sobre os crimes de que é suspeito, as ideias misóginas que propaga nas redes sociais e ainda o confrontou com os receios apresentados por dezenas de instituições do Reino Unido que afirmam que Tate é responsável pelo comportamento misógino de milhares de jovens. O influenciador e antigo lutador profissional nega todas as acusações e críticas, afirmando que é na verdade "uma força do bem" e que é "mandatado por deus".
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