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Mais de 200 elementos da máfia italiana condenados em “maxi julgamento”

Luana Augusto
Luana Augusto 20 de novembro de 2023 às 20:00
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Investigadores descreveram o armazenamento de armas em capelas de cemitérios, drogas que seriam transportadas por ambulâncias e 24 mil escutas telefónicas.

Um tribunal italiano de alta segurança condenou e sentenciou esta segunda-feira, 20 de novembro, mais de 200 pessoas por crimes de associação criminosa, extorsão e suborno. Este é considerado o maior julgamento da máfia italiana em três décadas.

REUTERS/Yara Nardi

Em julgamento foram apresentadas diversas provas por exemplo do armazenamento de armas em capelas de cemitérios, de drogas que seriam transportadas em ambulâncias e de manipulação de eleições. Além disso foram ainda recolhidas 24 mil escutas telefónicas, as mesmas que viriam a definir o futuro de Giancarlo Pitteli. Com 70 anos, o antigo deputado da Forza Itália foi condenado a 11 anos de prisão, por ter compactuado com o clã Mancuso.

"Estamos muito satisfeitos. Finalmente demonstrámos que havia uma rede de empresários e políticos que faziam negócios com os clãs calabreses", contou ao jornalThe Guardian Nicola Gratteri, que liderou a investigação.

Durante o julgamento, todos os olhares se voltaram para Emanuele Mancuso, que revelou todos os segredos do clã, após lhe ter sido oferecida proteção policial.

A maioria dos arguidos foram detidos em dezembro de 2019. Na altura, os Carabinieri prenderam vários suspeitos, que estariam escondidos embunkers. Na Alemanha, Suíça e Bulgária foram ainda detidos um chefe da polícia, vereadores locais e empresários.

Este foi o resultado de uma longa operação que ocorreu ainda no início de 2016, e que envolveu 2.500 agentes e 11 regiões italianas, entre as quais Vibo Valentia, o coração do clã Mancuso.

Em 2013, um estudo concluiu que a 'Ndrangheta, o ramo da máfia italiana que exerce maioritariamente a sua atividade na região da Calábria, é de longe o grupo mais poderoso de Itália. Consegue ser mais poderoso financeiramente do que o Deutsche Bank e o McDonald’s juntos, cujo volume de negócios anual chega aos 53 mil milhões de euros.

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