O jovem - cuja identidade ainda está por revelar - encontrava-se na greve geral de 48 horas convocada pela oposição com o objectivo de bloquear a eleição dos membros da Assembleia Constituinte, através da qual o Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, pretende alterar a Constituição.
Com esta vítima, confirmada pelo Ministério Público venezuelano, contabilizam-se já 105 mortes desde o início das manifestações. "Aparentemente, [o jovem] foi ferido durante uma manifestação em Pentare", um bairro popular no leste da capital venezuelana, indicou o Ministério Público.
Antes, o Ministério Público tinha confirmado a morte de um homem de 30 anos, Rafael Vergara, atingido a tiro "numa situação irregular" entre manifestantes e militares no estado de Mérida.
A greve vai continuar esta quinta-feira e para sexta-feira está prevista uma grande manifestação.
As forças de segurança bloquearam várias ruas de Caracas, principalmente no sudeste e leste da cidade, bastiões tradicionais da oposição. Barreiras bloqueavam diversas estradas e acessos a Caracas, onde os confrontos se registaram ao longo de todo o dia, tal como em vários pontos do país.
A Mesa de Unidade Democrática (MUD), coligação da oposição tinha já convocado uma greve geral de 24 horas na passada semana, organizada após cerca de quatro meses de manifestações quase diárias contra Maduro.
Os 'antichavistas' [referência a Hugo Chavez, presidente do país de 1999 até à morte em 2013] veem neste projecto de alteração da Constituição um meio para o Presidente socialista se manter no poder, contornar o parlamento eleito, dominado pela oposição, e evitar as presidenciais no final de 2018.
A oposição contesta ainda as modalidades do escrutínio de domingo para a Assembleia Constituinte.