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Japão lança aviso de evacuação por causa de míssil da Coreia do Norte

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 13 de abril de 2023 às 13:27
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Habitantes da ilha de Hokkaido foram alertados para a necessidade de procurarem abrigo. Mas aviso acabou por ser suavizado minutos depois, alterando o nível de ameaça pelo lançamento balístico.

O lançamento de um novo tipo de míssil balístico por parte da Coreia do Norte na manhã desta quinta-feira levou à ativação de um sistema de alerta do governo japonês que avisou os moradores para que o projétil poderia cair na ilha de Hokkaido, no norte do país.

REUTERS/Kim Hong-Ji

O sistema de transmissão de emergência J-Alert alertou milhões de habitantes nesta ilha para se protegerem pouco antes das 8h mas o alerta foi retirado passados poucos minutos com uma notificação de que tinha sido feita uma previsão incorreta.

Mais tarde o secretário-geral do Gabinete do Japão, Hirokazu Matsuno, deu uma conferência de imprensa afirmando que não são "corrigidas as informações emitidas pelo J-Alert" pelo que o aviso de evacuação de emergência não tinha sido dado por engano.

Hirokazu Matsuno avançou ainda que o míssil em questão desapareceu do radar do Japão logo após a sua deteção. Segundo a guarda costeira nipónica o projétil caiu no mar, na zona leste da Coreia do Norte e fora da zona económica exclusiva do Japão.

Um estudante local relatou à televisão pública NHK que, na manhã de quinta-feira, ocorreu um alerta em todas as estações de comboio da ilha e que "por um segundo houve pânico no comboio", de seguida houve "um funcionário que pediu para as pessoas se acalmarem e elas acabaram por se acalmar".

Em outubro do ano passado aconteceu uma situação semelhante. Quando o J-Alert emitiu um alerta enquanto um míssil norte-coreano de alcance intermédio sobrevoava o Japão. Os moradores da região nordeste foram instruídos a procurar um abrigo e os transportes públicos ficaram parados. No entanto o míssil acabou por atingir o Pacífico sem causar dano.

A Casa Branca já "condenou veementemente" o teste deste míssil garantindo: "A porta não se fechou para a diplomacia, mas Pyongyang deve cessar imediatamente as suas ações desestabilizadoras e, em vez disso, escolher o engajamento diplomático".

Um oficial de defesa da Coreia do Sul avançou que acredita que se trata de um novo tipo de mísseis balísticos que têm aparecido nas recentes paradas militares norte-coreanas e que acha que estes mísseis utilizam combustível sólido.

Nas últimas semanas, a Coreia do Norte intensificou os testes de armas, com o seu líder Kim Jong-un a defender uma "maneira mais prática e ofensiva para conter a agressão dos Estados Unidos". A agressão dos Estados Unidos referida são os exercícios militares conjuntos com as forças sul-coreanas, que Kim Jong-un considera como ensaios para uma invasão ao território da Correia do Norte.

As relações entre as duas Coreias têm estado cada vez mais tensas. Esta semana, Seul acusou Pyongyang de ser "irresponsável" após o corte de contacto direto. A Coreia do Norte não está a responder, há vários dias, aos dois telefonemas feitos diariamente através da linha direta militar.

Os militares sul-coreanos garantem que estão em alerta máximo e que mantém uma postura de prontidão e em estreita coordenação com os Estados Unidos.

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