As forças israelitas apelam aos palestinianos de Khan Younis para abandonarem a cidade e arredores de forma a evitar ataques, mas bombas continuam a cair e a apanhar civis desprevenidos. Forças israelitas anunciaram expansão da guerra, agora para o sul de Gaza.
Israel ordenou aos palestinianos de Gaza para abandonarem partes da cidade de Khan Younis, ao mesmo tempo que bombardeava a área. No terreno assiste-se a uma maior pressão das tropas e dos tanques israelitas, nesta zona da maior cidade do sul da Faixa de Gaza, com as próprias forças armadas israelitas a terem anunciado esta tarde uma nova fase na guerra que inclui agora também o sul da Faixa de Gaza.
REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Esta segunda-feira, as forças israelitas publicaram um mapa na rede social Xcom um quarto de Khan Younis marcada a amarelo, como sendo as zonas que deviam ser evacuadas. No mapa ainda a indicação - com setas - de que a população devia dirigir-se à costa do Mediterrâneo, em direção a Rafah, próximo da fronteira com o Egito.
De acordo com as Nações Unidas, viviam na área de Khan Younis cerca de 350 mil pessoas, antes da chegada dos milhares de deslocados que vieram do norte da Faixa de Gaza quando começaram os bombardeamentos israelitas. Um desses deslocados é Abu Mohammed, que contou à Reuters ter-se mudado três vezes desde 7 de outubro, quando foi aconselhado pelas forças israelitas a abandonar a cidade de Gaza.
"Porquê que nos tiraram das nossas casas em Gaza [cidade] se planeavam matar-nos aqui?", questiona.
Apesar de muitos populares terem rumado a Rafah, como descreve a agência Reuters, o líder da agência das Nações Unidas em Gaza, Thomas White, denunciou que esta cidade está já a ser bombardeada. "As pessoas estão a pedir conselhos sobre onde podem estar em segurança. Não sabemos o que lhes dizer", escreveu no X.
Imagens dos bombardeamos desta noite em Rafah mostram uma criança morta pelos destroços e uma cratera do tamanho de um campo de futebol. Ao mesmo tempo que homens tentam escavar com as suas mãos os destroços em busca de mais vítimas.
"Estávamos a dormir e em segurança. Disseram-nos que era uma área segura, Rafah e tudo", afirmou Salah al-Arja, um dos moradores de uma das casas destruídas pelos ataques noturnos. "Estavam aqui crianças, mulheres e mártires. Disseram-nos que era uma área segura, mas não há áreas seguras em toda a Faixa de Gaza, é tudo mentiras e manipulações", sublinhou.
Israel acusa o Hamas de colocar os civis em perigo, por conduzir as suas atividades em zonas civis. Acusações que o Hamas nega. Num vídeo, publicado no X, as Forças de Defesa de Israel (IDF) explicam que, depois da quebra da trégua por parte do Hamas, entraram "numa nova fase da guerra contra o Hamas". Prometendo "mitigar os danos contra civis que o Hamas usa como escudo" e anunciando uma "expansão da operação em Gaza". No vídeo de quase cinco minutos, fica ainda a promessa de combater o Hamas no norte e no sul de Gaza - "onde quer que o Hamas se esconda".
Hamas deliberately embeds itself among civilians so that Gazans will bear the consequences of Hamas atrocities.
Our war is against Hamas—not the people of Gaza.
We are taking extensive measures to mitigate harm to the civilians that Hamas uses as shields. pic.twitter.com/C5NQetzzRt
Os bombardeamentos intensos de Israel à Faixa de Gaza foram a resposta ao ataque surpresa do grupo terrorista, a 7 de outubro que causou 1.200 mortos israelitas e fez ainda 240 reféns, segundo os dados das autoridades israelitas. De lá para cá, terão morrido pelo menos 15.899 palestinianos, 70% dos quais mulheres ou população abaixo dos 18 anos, apontam os dados do ministério da Saúde de Gaza, gerido pelo Hamas.
Ao longo do mês de novembro, as forças israelitas conseguiram controlar cerca de metade do território norte da Faixa de Gaza, onde começou por concentrar os seus ataques. Depois deuma trégua que durou uma semana, Israel anuncia agora que está concentrado em atacar o sul do território.
O próprio comandante do Corpo Blindado das Forças Armadas israelitas, o brigadeiro-general Hisham Ibhrahim, reconheceu à rádio do Exército que os objetivos no norte de Gaza estão praticamente alcançados. "Estamos a começar a expandir as manobras para outras parte da Faixa, com um objetivo: derrubar o grupo terrorista Hamas."
No território com cerca de 2,3 milhões de habitantes, calcula-se que mais de 80% tenha abandonado as suas casas para fugir aos bombardeamentos israelitas.
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