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Israel aprova plano para “capturar” Gaza

Gabriela Ângelo 05 de maio de 2025 às 12:04
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O gabinete de ministros israelitas aprovou os planos que pretendem ocupar Gaza, deslocando os palestinianos para o sul da Faixa e para países vizinhos como a Jordânia e o Egito.

Israel aprovou esta segunda-feira planos para capturar a Faixa de Gaza, mantendo-se no território palestiniano durante tempo indefinido, segundo dois oficiais citados pela agência noticiosa, Associated Press (AP). Uma vez que implementado, este plano irá expandir as operações israelitas no enclave.

Gaza
Gaza AP Photo/Jehad Alshrafi

O gabinete de ministros israelita aprovou o plano numa sessão de votação que ocorreu na manhã de segunda-feira, horas depois do Exército Israelita (IDF, sigla em inglês) ter anunciado que iria chamar milhares de militares na reserva para reforçar a ofensiva em Gaza. 

Os planos têm como objetivo ajudar Israel na derrota do Hamas, assim como a libertação de reféns israelitas, e resultará na expulsão de centenas de palestinianos para o sul de Gaza e para países vizinhos como a Jordânia e o Egito. 

"O plano incluirá, entre outras coisas, a conquista da Faixa de Gaza e a conquista dos territórios, deslocando a população de Gaza para o sul para a sua proteção", disse uma fonte à agência noticiosa, Agence France-Presse (AFP). Outra fonte revelou que Israel considera esta deslocação uma "imigração voluntária".

Os oficiais israelitas revelaram também que o plano inclui "ataques poderosos contra o Hamas", sem especificar que tipo de ataques seriam. O governo de Netanyahu pretende ainda que a ajuda humanitária não seja gerida e distribuída pelo Hamas, que diz reforçar a influência do grupo armado em Gaza. 

Segundo uma declaração que circulou entre os grupos de ajuda humanitária e que foi vista pela AP, Israel disse às Nações Unidas que irá utilizar empresas de segurança privada para controlar a distribuição de ajuda humanitária em Gaza. 

Estas empresas irão gerir os apoios que serão distribuídos em centros logísticos, lá terão sistemas de reconhecimento facial que será utilizado para identificar os palestinianos e notificações por SMS irão avisar às pessoas na região para irem recolher os bens. Em resposta, a ONU, numa declaração emitida este domingo, disse que não participaria no plano afirmando que viola os seus princípios fundamentais.

Desde que o cessar-fogo entre o Hamas e Israel foi quebrado a meio de março, Israel tem reforçado as suas ofensivas na região, tendo capturado cerca de 50% do território de Gaza. Antes da trégua terminar, o governo israelita bloqueou a entrada de ajuda humanitária na Faixa, incluindo a entrada de água, comida e combustível, provocando fome generalizada na região. 

O conflito em Gaza começou a 7 de outubro de 2023 quando os militantes do grupo armado Hamas atacaram a região a sul de Israel matando 1.200 pessoas e mantendo 250 reféns. A ofensiva israelita já matou mais de 52 mil palestinianos, muitos deles mulheres e crianças.

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