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Navio de ajuda humanitária com destino a Gaza bombardeado em águas internacionais  

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 02 de maio de 2025 às 14:26
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O movimento responsável pelo navio e o Hamas já acusaram Israel de ser o autor do ataque.

Um navio que transportava ajuda humanitária para Gaza foi bombardeado por drones enquanto cruzava águas internacionais perto de Malta. 

Malta Vessel Traffic Services/ AP

Os responsáveis pelo navio emitiram um comunicado que refere que "às 00h23, horário de Malta, o Conscience, navio da Coligação Flotilha da Liberdade, foi atacado diretamente em águas internacionais". 

"Drones armados atacaram a frente de uma embarcação civil desarmada duas vezes, causando um incêndio e uma rutura substancial no casco", o movimento acusou ainda Israel de estar por trás do ataque. 

O ataque parece ter como alvo o gerador do barco, que acabou mesmo destruído e deixo-o sem energia e em risco de naufrágio. As imagens publicadas nas redes sociais pelo movimento mostram um incêndio violento a bordo do navio de explosões.  

Segundo as autoridades de Malta foram confirmados doze tripulantes e quatro civis: "A embarcação tinha doze tripulantes a bordo e quatro passageiros civis, não houve registos de vítimas". Já o movimento afirmou que estavam ativistas de 21 países estavam a bordo da "missão para desafiar o cerco ilegal e mortal de Israel a Gaza e entregar ajuda desesperadamente necessária para salvar vidas".  

A Coligação Flotilha da Liberdade considera que "os embaixadores israelitas devem ser convocados e responder pelas violações do direito internacional, incluindo o bloqueio em curso e o bombardeio da nossa embarcação civil em águas internacionais".  

No seguimento o Hamas acusou de Israel de pirataria e terrorismo de Estado referindo que está por detrás do ataque: "O ataque do Exército de ocupação israelita ao navio Conscience em águas internacionais é um crime de pirataria e terrorismo de Estado". 

Israel ainda não respondeu às acusações, mas há dois meses que foi imposto um bloqueio rígido a Gaza, não permitindo a entrada de alimentos, combustíveis, medicação ou quaisquer outros itens no enclave. As autoridades israelitas justificam o bloqueio com alegações de que o Hamas confisca a ajuda humanitária, dando-a aos seus membros ou vendendo-a.  

As organizações humanitárias que operam em Gaza têm estado a distribuir o que ainda tinham no seu stock, no entanto várias já referiram que estão a ficar sem mantimentos e sem possibilidade de fornecer refeições.  

Numa outra ação da Coligação Flotilha da Liberdade, em 2010, o barco que partiu do sul da Turquia foi invadido pelas forças israelitas e o desastre acabou com a morte de dez pessoas e 28 feridas.

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