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Estado Islâmico perdeu 60% do território e 80% das receitas

01 de julho de 2017 às 19:15
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Um estudo do centro de análise IHS Markit prevê que o resto do califado deve desintegrar-se até ao final do ano

Três anos depois do auto-proclamado Estado Islâmico ter conquistado Mossul e o líder do grupo terrorista, Abu Bakr al-Baghdadi, ter declarado um califado no território, o exército iraquiano libertou o templo dos últimos guerrilheiros extremistas que ainda resistem na cidade. Além da presença dos terroristas em Mossul estar reduzida a "poucas centenas" de militares, há mais sinais que indicam a destruição do auto-proclamado califado do EI. 

Segundo um estudo do centro de análise IHS Markit, publicado na passada sexta-feira, EI perdeu em três anos 60% do território que ocupava e 80% dos rendimentos.

O território do "califado" proclamado em Junho de 2014 em partes do Iraque e da Síria passou de cerca de 90000 quilómetros quadrados em Janeiro de 2015 para 36200 quilómetros quadrados em Junho de 2017, segundo o estudo.

Os jihadistas do Estado Islâmico são combatidos desde 2014 por uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos e, no terreno, pelo exército iraquiano, no Iraque, e pelo exército sírio e milícias árabes e curdas na Síria.

"A ascensão e queda do Estado Islâmico caracterizam-se por uma expansão rápida seguida de um declínio contínuo. Três anos após a sua proclamação, é evidente que o projecto de governação do califado fracassou", explicou um especialista da empresa em Médio

Oriente, Columb Strack.

As receitas do grupo também se deterioraram. Os rendimentos mensais, que no segundo trimestre de 2015 eram de 81 milhões de dólares (70,9 milhões de euros), baixaram, no segundo semestre de 2017, para 16 milhões de dólares (14 milhões de euros).

Esta redução, da ordem dos 80%, "explica-se por um declínio contínuo de todas as fontes de financiamento, da produção de petróleo, aos impostos e bens confiscados, passando por outras actividades ilícitas", explicou outro especialista do IHS, Ludovico Carlino. "A perda de território é o principal factor que levou à perda de receitas", acrescentou.

"A perda de cidades densamente povoadas, como Mossul [no Iraque] e das zonas petrolíferas nas províncias de Raqqa e Homs [na Síria] tiveram um impacto significativo na capacidade do grupo para gerar receitas", concluiu.