Depois de ter tecido fortes críticas aos países aliados, o líder da Ucrânia agradeceu todo o apoio dado. Para Portugal tratou-se de um simples "mal-entendido".
Volodymyr Zelensky entrou a "pés juntos" na cimeira de Vilnius, exigindo "respeito" e ofim de uma postura "absurda" por parte dos aliados que atrasava a adesão da Ucrânia na NATO. As afirmações caíram mal, mas esta quarta-feira foi tempo de reconciliação.
REUTERS/Yves Herman
Joe Biden e Zelensky sentaram-se lado a lado e as suas divergências não poderiam ser mais evidentes. Um de fato escuro, o outro de roupa militar. Um pedia calma, mas outro pedia uma entrada imediata na NATO. Na perspetiva do líder da Ucrânia a não existência de um convite para a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte era algo "absurdo". Para os Estados Unidos este não é "o momento certo" uma vez que tal decisão poderia encetar uma guerra com a Rússia.
O clima de tensão subiu e o Reino Unido não se deixou ficar. De crítica certeira o ministro da Defesa do país disse que os aliados "não eram a Amazon" e que Kiev deveria "mostrar gratidão pelas armas doadas".
Os ânimos só acalmaram quando o G7 – composto pelos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão - anunciou uma declaração que dava garantias de segurança à Ucrânia até à eventual adesão do país ao grupo.
Joe Biden poliu o discurso e disse estar disposto a "fazer de tudo" para "conseguir aquilo que o país precisa", incluindo apoio militar e financeiro. "A vossa resiliência e determinação têm sido um exemplo para o mundo inteiro (…) Estou ansioso pelo dia em que teremos uma reunião para celebrar a vossa entrada na NATO", afirmou.
Também Zelensky refletiu e preferiu considerar este pequeno avanço uma "vitória de segurança significativa". Ao lado do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse regressar a casa com "um sinal tático" para o Kremlin e agradeceu os "bilhões de dólares" gastos para "salvar vidas".
"Somos sensatos. Os aliados neste momento estão a ajudar-nos com armas. Este é um momento de sobrevivência e entendemos que exista algum receio em falar sobre a nossa adesão agora. Ninguém quer uma guerra mundial, quero que todos entendam isso: a Ucrânia não pode aderir enquanto a guerra continuar, isto para nós é absolutamente claro", esclareceu Zelensky.
Para António Costa tudo não passou de "um mal-entendido" e, para o futuro, apenas garantiu que Portugal irá avaliar de que forma poderá ajudar a Ucrânia.
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O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.